Cana-de-açúcar avança em Goiás

Safra deve crescer 16% este ano no estado


O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás atingiu no ano de 2010 o montante de R$ 97,576 bilhões, o que representou incremento de R$ 11,961 bilhões sobre 2009, de acordo com o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). Esse é o maior incremento do PIB goiano desde 1995. No ano de 2010, o PIB de Goiás cresceu 8,8%, acima da média nacional apurada no período, que foi de 7,5%. Em 2009 a taxa de crescimento do PIB goiano foi de 0,93%.

De acordo com o IMB/Segplan, a atividade econômica que mais contribuiu para o PIB goiano de 2010 foi a indústria, que apresentou expansão de 13,7%, puxada pela indústria de transformação (13,2%) e construção civil (14,0%). O cultivo de cana-de-açúcar também teve parcela significativa no crescimento da economia goiana (+9,9%). O presidente do sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Luiz Baptista Lins Rocha, apresentou hoje o crescimento da produção de etanol em Goiás, falou do preço do combustível e das perspectivas para o setor.

Produtividade
Na safra 2012/2013 os produtores de Goiás recuperaram a produtividade. Entre os motivos que levaram à queda da produção no passado estão a crise de 2008, a estiagem que atrasou a brotação da planta em 2010, o que provocou o endividamento dos produtores (+130%), e a chuva de maio e junho de 2011. O cenário começou a mudar com o aumento do plantio da cana do Cerrado, e não mais a de São Paulo. “Outro fator positivo é a irrigação que não para de crescer. E ainda tem a frota de veículos que aumentou 8% no último ano no País. O número de carros flex teve um crescimento ainda maior, de 20%, e a de motocicletas flex, alta de 54%. Hoje 90% da colheita em Goiás é mecanizada, e boa parte do plantio”, salienta André Rocha.

Etanol em Goiás
A região Centro-Sul é responsável por 90% da moagem de cana no País. Em Goiás, atualmente, estão em operação 34 unidades em produção, podendo chegar a 37 este ano. “Tivemos uma safra recorde, com crescimento de 17%, enquanto que o País registrou uma média de crescimento de 7%, e ainda superamos Minas Gerais. Nós não vemos o viés de aumento do preço do etanol porque a produção foi suficiente para suprir a demanda”, destaca Rocha.

A safra 2012/2013 cresceu 16%, com 52 milhões de toneladas colhidas, a maior da história do Estado. Hoje Goiás ocupa o segundo lugar no ranking nacional de produção de cana e também a segunda posição na produção de etanol, além de ter o segundo melhor preço do etanol nos postos de combustíveis.

O Governo de Goiás foi decisivo para a recuperação da competitividade do setor, que trouxe de volta o benefício do crédito outorgado de ICMS de 30% para 60%. “Foi interessante essa ação do governo porque no ano passado explodiu o consumo de gasolina no País, isso porque o etanol é misturado à gasolina”, afirma André Rocha.

Da cana plantada em Goiás, 72,9% é destinada para a produção de etanol, e o restante para o açúcar. De 1999/2012 a safra goiana cresceu 636%. O preço do etanol vendido para as usinas em Goiás é o menor do País. Goiás tem a nona maior frota de veículos do País, apesar de ser o segundo maior consumidor de etanol.

Safra 2013/2014
As perspectivas são de aumento da produção etanol na próxima safra (2013/2014), uma vez que a safra de cana deve aumentar, os preços do açúcar se enfraquecem com a grande oferta global e as políticas de governo reanimam a demanda pelo biocombustível, como o possível aumento do percentual de etanol na gasolina de 20% para 25%.

O etanol estará no foco na temporada 2013/14, seguindo uma agressiva renovação dos canaviais, o que deve elevar a produção de cana do Centro-Sul. “O primeiro fator positivo é não aumentar o preço da gasolina. Vai reduzir também a importação de gasolina. Temos segurança que esse aumento é positivo para o País, para o produtor e para o consumidor”, afirma o presidente do Sifaeg.

Etanol segue competitivo em SP, GO e MT

Os preços do etanol nos postos de combustíveis seguem competitivos em relação à gasolina nos Estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) referentes à semana encerrada em 18 de janeiro.

Nos demais 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, a gasolina segue mais competitiva, assim como na média do Brasil. Segundo o levantamento, o etanol está hoje em 69,27% do preço da gasolina em São Paulo. Em Mato Grosso, a relação está em 65,87%, enquanto em Goiás o percentual é de 69,75%.

O etanol como combustível
O álcool etílico (etanol) é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização. Desde então, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um considerável avanço. O etanol é menos inflamável e menos tóxico que a gasolina e o diesel. Ele pode ser produzido a partir de biomassa (resíduos agrícolas e florestais). No Brasil, ele é produzido principalmente da cana-de-açúcar.

O uso de etanol combustível teve seu primeiro ápice no País a partir da década de 70, com a crise de petróleo no mundo e o nascimento doProálcool, o Programa Nacional do Álcool, em 14 de novembro de 1975, que incentivava o cultivo da cana-de-açúcar e provia recursos para construção de usinas, e tinha como apelo o fato de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional. A tecnologia dos carros flex trouxe ainda mais consolidação para o setor.

Fonte: Notícias de Goiás

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