Aulas em Goiás podem voltar só em agosto. Academias querem reabrir

Escolas podem seguir sem atividades por mais 3 meses. Representantes das pastas da Saúde e Educação estaduais defendem retorno no segundo semestre


O tempo de suspensão das atividades presenciais nas instituições de ensino públicas e privadas de Goiás poderá aumentar por mais 90 dias. Embora haja uma recomendação técnica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) para que as aulas sejam suspensas até o dia 30 de maio, o retorno das escolas poderá ser definido para agosto. Análises sobre a velocidade de novos casos e óbitos do novo coronavírus (Covid-19) nos próximos 14 dias devem embasar a definição de uma data de reabertura ou a prorrogação do prazo de suspensão. 

Já são mais de 40 dias sem atividades presenciais nas instituições de ensino públicas e privada até agora. O decreto Estadual que suspendeu as aulas foi publicado no dia 15 de março. 

Na época, a previsão era que a paralisação só duraria 15 dias. Mais de 90% das escolas e universidades estão realizando ensino à distância. Só na rede estadual são 2.848 unidades que estão tendo aula pela internet. 

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e entidades que representam as escolas têm reivindicado a definição de uma data de retorno para que o novo calendário de aulas seja elaborado de forma unificada. Há relatos de instituições privadas que já planejam um retorno das atividades em junho e até em maio, embora não haja nenhuma garantia disso pelas autoridades de Saúde.

Equipe técnica que assessora o Governo Estadual sobre a pandemia do Covid-19 e gestores da área de Saúde e Educação chegaram a cogitar a possibilidade de que a suspensão das aulas fosse estendida até junho ou que agosto fosse o mês de retorno das atividades escolares. 

A reportagem apurou que a posição de retorno das aulas apenas em agosto chegou a ser defendida como a mais segura pela Subsecretaria de Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). O órgão tem o entendimento que liberar o retorno antes de ter certeza da situação epidemiológica poderá ser traumático, já que isso poderia acarretar na necessidade de uma segunda interrupção. Também foi considerado, pela Superintendência de Ensino Médio, vinculada à Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc-GO), que tudo indica que a reabertura das escolas será apenas em agosto. 

No entanto, foi decidido que o mais prudente é esperar a avaliação da disseminação nas próximas semanas e tomar uma decisão concreta em 15 dias. A definição da data e a forma como a retomada vai acontecer é repassada para o governador Ronaldo Caiado (DEM), que bate o martelo final.

Dificuldades 
De qualquer maneira, nos bastidores se comenta que dificilmente as aulas voltarão em junho. Em São Paulo, onde o primeiro caso de Covid-19 foi registrado mais de duas semanas antes de Goiás e houve medidas de distanciamento social tardias, o retorno das aulas é previsto de forma escalonada para o mês de junho. 

Além da avaliação epidemiológica, a definição do formato de retorno às aulas em Goiás será baseada em experiências de outros países, que já tiveram o pico da pandemia e estão voltando gradualmente a ter atividades escolares e universitárias presenciais. 

Férias 
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) de Goiânia e do Conselho Estadual de Educação, Flávio Roberto de Castro, defende que as escolas só comecem a planejar o calendário acadêmico, com a definição de quando será o mês de férias, depois que for definida a data certa de retorno às aulas. 

“No momento que tiver certeza que podemos voltar, aí então podemos traçar recesso, férias. Eu acho muito estranho alguém querer dar férias agora para a categoria de professores e depois vai ficar um período extenso de aula sem recesso. Uma ou outra escola está querendo antecipar férias para voltar em junho, mas acho isso antecipado, junho é difícil voltar”, diz o representante das entidades. 

Ele tem defendido que é preciso pensar o mês de férias dentro de um novo calendário, para não sobrecarregar os estudantes e professores com vários meses ininterruptos de atividades. 

Academias querem reabrir 
O presidente do Conselho Regional de Educação Física, Marcos Lopes de Oliveira, pediu a reabertura de academias de ginástica durante reunião com gestores da Saúde e a equipe técnica que assessora o governo no combate ao novo coronavírus (Covid-19). Ele defende a flexibilização das regras de distanciamento social nos estabelecimentos que contam com o trabalho dos profissionais de Educação Física. 

No entanto, o parecer dos gestores e técnicos foi de que não é possível pensar na flexibilização de nenhuma medida nos próximos 15 dias, tendo em vista que Goiás está em um estágio de aceleração no aumento da quantidade de casos confirmados do vírus. 

O deputado estadual Virmondes Cruvinel (Cidadania) articulou para a participação do representante do conselho na reunião. “Foi defendida a reabertura com protocolo, sem aglomeração, toda essa linha. Até porque o personal trainer (por exemplo) faz atividade só com uma pessoa. Algumas cidades do interior estão tendo essa flexibilização. Tentaram buscar diálogo via Estado, mas está rígido ainda. Pelo menos o prefeito de Goianésia, Renato de Castro (MDB), anunciou as flexibilizações das regras para o funcionamento das academias na cidade, além das igrejas. O município tem 28 casos confirmados e é o quarto com mais testes positivos de coronavírus por 15 dias”, explica.

O Popular

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