Apesar das chuvas irregulares, goianos colhem 80 sacas de soja por hectare

Em lavouras que ainda não estão prontas para a colheita, o excesso de umidade pode preocupar os produtores


Em Goiás, a safra 2016/2017 de soja é marcada pelas chuvas irregulares. Há áreas em que a escassez hídrica comprometeu o desenvolvimento das lavouras, enquanto que em outras choveu bem e produtividade deve avançar. No município de Montividiu, por exemplo, o tempo segue beneficiando os trabalhos de colheita e o plantio da safrinha de milho.
 
O impacto positivo do clima nesta região já pode ser observado na produtividade de algumas lavouras. Na fazenda São José, por exemplo, 60% dos 2.450 hectares plantados com soja já foram colhidos. A expectativa do produtor Fernando Orlando dos Santos é encerrar a colheita nos próximos 10 dias.
 
Clima bom
Até o momento, a produtividade registrada na fazenda está entre 75 e 80 sacas de soja por hectare. O resultado é motivo suficiente para deixar Santos feliz, já que na safra passada ele colheu, em média, 68 sacas por hectare. Além de investimento em agricultura de precisão, o clima foi apontado como fator principal para o aumento de até 12 sacas de soja por hectare nesta temporada. “Neste ano não faltou chuva, foi perfeito”, diz Santos.
 
Soja convencional compensa
Do total plantado na fazenda São José, 70% da área foi cultivada com soja convencional e os 30% restantes com soja transgênica. Segundo o agricultor, metade da produção foi negociada antecipadamente, com cotações entre R$ 72 e 80 por saca.
 
A meta para a próxima safra é semear 100% da área com soja convencional. Segundo Santos, o custo de produção é quase o mesmo e na hora da venda compensa. “A saca de soja, venda balcão, está mais ou menos R$ 63, com a convencional eu consigo vender por R$ 68”, diz o produtor. “No mínimo, são R$ 5 a mais por saca, mas [a diferença] já chegou a R$ 7 ou R$ 8.”
 
Na fazenda Pai Manoel, localizada em Rio Verde (GO), a aproximadamente 67 quilômetros de Montividiu, a colheita da soja começou no último fim de semana. Até o momento, 20% dos 1.400 hectares plantados com soja foram colhidos. “Esse ano o clima foi diferenciado dos últimos dois anos. No começo de 2017, a quantidade de chuva foi bem elevada”, diz o produtor Claudemir Schwening. “Eu observei que a lavoura estava se desenvolvendo mais. Eu acho que as plantas vegetaram mais e estão parecendo mais bonitas.” A colheita deve ser encerrada em até 30 dias na fazenda Pai Manoel.
 
Chuvas excessivas?
Embora os volumes de chuva tenham colaborado com o desenvolvimento das plantações de soja, Claudemir Schwening está em alerta para a colheita. A expectativa dele é ficar com produtividade média próxima a 70 sacas por hectare. Na safra 2016/2017, ele colheu 67 sacas por hectare. “Não é um ano para se queixar, mas o problema agora é que está chovendo demais”, diz Schwening, “Foi um ano legal, mas na lavoura a gente sempre está preocupado.”

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