Quedas de framerate e loading eterno: consoles não aguentam mais os novos jogos

Os "antigos" PlayStation 4 e Xbox One não estão dando conta do recado


É inegável que os games estão atingindo gráficos que jamais foram vistos: games como Control e a inovadora tecnologia do ray-tracing elevam os visuais dos jogos para um patamar ainda inexplorado.

Infelizmente, há um preço a ser pago por essa extravagância. Os consoles sofrem cada vez mais para reproduzir títulos de peso, que exigem o máximo do hardware disponível para renderizar tantas partículas e detalhes ao mesmo tempo.

O grande marco desse sintoma talvez seja o próprio Control, que teve de receber uma atualização especificamente para melhorar seu desempenho no PlayStation 4 e Xbox One. Ainda assim, esse fenômeno não é tão recente, e já vem mostrando seus efeitos há algum tempo.

O framerate
Canais como o Digital Foundry analisam o desempenho de vários consoles em torno dos lançamentos mais relevantes. Um dos vídeos mais impressionantes, como é de se imaginar, é o de Control: o game da Remedy chega a ficar abaixo dos 20 quadros por segundo no PS4 de base, enquanto PS4 Pro consegue ficar nos 30 fps com algumas eventuais quedas.

O mesmo acontece no Xbox One X quando comparado ao Xbox One S. O aparelho top de linha mantém um desempenho aceitável, mas sua versão de baixo custo fica próxima aos 10 fps em confrontos mais movimentados.

Outros vídeos do canal, entretanto, mostram que a aventura paranormal de Jesse Faden não é a primeira a sofrer com a queda na taxa de quadros. Devil May Cry 5, um dos fortes candidatos a Jogo do Ano e que traz a fluidez como um de seus principais atrativos, também peca bastante nesse aspecto.

Rodando a 60fps constantes no PS4 Pro e no XOne X, o game sofre em um dos consoles de base: o XOne S quase chega aos 30 fps nas batalhas, enquanto o PS4 convencional segura os 60 fps durante maior parte do tempo.

Man of Medan, game com foco narrativo, também entra para o “cantinho da vergonha”. Enquanto Xbox One X e PS4 Pro mantém os 30 fps, suas versões de entrada não conseguem manter o mesmo desempenho; o XOne tradicional, inclusive, chega aos 20 fps em determinados momentos.

Loading Simulator
Com games cada vez mais pesados, as telas de carregamento também são afetadas. Por mais que haja poucos vídeos comparando o loading entre consoles ou algo do tipo, não é difícil encontrar reclamações fortes a jogos com mais conteúdo.

Days Gone, por exemplo, demora quase dez minutos para começar o gameplay de fato. Kingdom Hearts 3 faz o jogador se arrepender cada vez que quer viajar entre os mundos do game. Anthem, com tantos problemas de otimização, ficou conhecido como um loading simulator. O mesmo se repete para outros games: Jump Force, Wolfenstein Youngblood e até mesmo RAD, curto jogo da Double Fine, entram para essa lista.

A espera pelo início do jogo é tanta que o VG247 chegou a publicar um texto em protesto a Gears 5: o autor demorou quase quatro minutos entre iniciar o jogo e começar a jogar de fato.

O que isso significa?
É difícil afirmar com certeza o motivo das desenvolvedoras estarem exigindo tanto do hardware disponível. A impressão que fica é que há uma pressa para chegar logo à próxima geração de consoles.

De fato, há um salto tecnológico a ser dado dos atuais aparelhos para os próximos. Tanto a Sony quanto a Microsoft já confirmaram que seus futuros consoles trarão placas gráficas mais poderosas, ray-tracing e armazenamento em SSD, recursos que, possivelmente, corrigiriam os problemas já apontados.

Por isso, faz algum sentido que os estúdios estejam programando com Xbox One X e PS4 Pro em mente - ainda que não sejam comparáveis à próxima geração, eles são os mais poderosos entre os aparelhos disponíveis.

De qualquer forma, novos consoles ainda estão longe de chegar - o Project Scarlett, da Microsoft, foi prometido apenas para o final de 2020 -, e os lançamentos que virão antes dela não parecem ser dos mais leves: Final Fantasy VII Remake, Death Stranding e Cyberpunk 2077 estão entre os títulos que podem abusar de seu console base.

Possivelmente, o game da CD Projekt Red se mostrará o maior desafio dentre esses nomes: com uma quantidade absurda de conteúdo, o jogo pode ser um dos RPGs mais completos da história. Colocar tudo isso em um HD convencional e manter uma taxa de quadros aceitável parece um sonho impossível.

Com todos esses problemas expostos, o consumidor fica em uma situação desconfortável: será que jogar Control em seu “antigo” PlayStation 4 vai ser uma experiência tão boa quanto poderia ser? Provavelmente não. Mesmo assim, o jogo é comercializado com o logo do PS4 ou do XOne em sua embalagem, e deveria prover uma experiência aceitável para o jogador que possui os consoles de base.

Por enquanto, pelo menos os loadings gigantescos possuem uma solução acessível. Instalar um SSD em seu console melhorará bastante os carregamentos. Quanto aos games que ainda estão pra chegar e sua taxa de quadros por segundo, tudo indica que serão experiências cada vez mais inacessíveis.

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