O que os games podem ensinar na pandemia
Escola de tecnologia incentiva projetos e oferece cursos sobre games para público a partir de 7 anos
Com pessoas passando mais tempo em casa, cresce a procura por jogos online como forma de lazer. Segundo a consultoria Comscore, o Brasil registrou um salto de 20% no uso de jogos online e visitas a sites de games assim que as medidas de restrição por conta da pandemia começaram a ser adotadas em março. Em junho, de 122,7 milhões de brasileiros conectados, 84,1 milhões teriam consumido conteúdo relacionado a games. É nesse contexto que o mercado nacional de jogos busca profissionais especializados.
Para incentivar que o uso mais intenso da tecnologia seja também produtivo e desenvolva habilidades indispensáveis para o futuro de todas as profissões – e por que não para a formação de especialistas para a indústria gamer? –, a escola de tecnologia codeBuddy, voltada para o público de 7 a 16 anos e a única instituição brasileira com selo do DQ Institute para o desenvolvimento da inteligência ou cidadania digital em jovens, lançou cursos rápidos e online nos últimos meses. Um deles usa um dos jogos mais populares dos últimos anos, o Minecraft, para ensinar conceitos básicos de computação. Outra opção de curso promete ensinar crianças e adolescentes a partir de 9 anos a criar um jogo, em quatro aulas, abordando etapas fundamentais como a inserção de personagens e a interação deles com elementos como obstáculos, entre outros detalhes.
Impactos reais
Aluno do curso regular da escola de tecnologia há apenas sete meses – quatro deles atravessados pela pandemia e necessidade de ensino remoto –, Guilherme Negrão de Almeida, de 13 anos, criou – de casa – um game onde o herói combate a Covid-19. “No jogo, é preciso salvar a princesa do coronavírus. Me inspirei nos jogos de plataforma como Super Mario Bros e precisei de um pouco mais de duas semanas para desenvolver”, conta o jovem, que já criava personagens e jogos mais simples durante as aulas.
O incentivo para os estudos e uso consciente da tecnologia, aposta dos pais engenheiros, se uniu a um interesse genuíno por tecnologia. “Ninguém da família atua nessa área, ele criou tudo sozinho, a partir do envolvimento com as aulas e com o professor”, afirma o engenheiro civil Ricardo Negrão, pai de Guilherme. “Quero crescer nisso”, projeta o rapaz.
É possível conferir o game em https://www.youtube.com/watch?v=JvNdXkfSv1Q.
Aprender com jogos
Se o ato de jogar já ensina diversas habilidades, a escola codeBuddy mostra que é possível ampliar ainda mais os horizontes usando o tempo de tela para outros fins. Dois cursos rápidos, criados durante os meses de isolamento social, exploram o mundo gamer e incentivam a autoria de projetos. Todos são abertos a interessados em geral (alunos ou não da escola), com aulas sempre ao vivo, no mesmo horário e com o mesmo professor. Inscrições e mais informações estão disponíveis no site https://www.codebuddy.com.br/.
Confira os cursos:
– Minecraft: Missão Resgate:
São nove desafios de programação e quatro aulas, em que o aluno aprende conceitos básicos de Ciência da Computação aplicados em linguagem de bloco no mundo lúdico de Minecraft. Peças de um quebra-cabeça são o prêmio para cada missão cumprida e, ao final, todas essas partes se juntam e formam um mural.
“Crie seu game em quatro aulas”:
Indicado para crianças a partir de 9 anos, ensina a criar um jogo digital. As atividades são divididas em: noções sobre uso de plataforma online para criar games; como inserir personagens, movimentá-los e criar comportamentos; como criar interações do personagem com os objetos e criar elementos como obstáculos, inimigos, desafios ou itens a serem coletados; como incluir status de vida ou outras informações.