Campanha pede que WhatsApp e Instagram sejam separados do Facebook

A campanha “Freedom From Facebook” tem como objetivo diluir um pouco o poder do Facebook como organização, especialmente diante de escândalos como o da Cambridge Analytica


Não há como negar que o Facebook é uma das organizações mais poderosas do planeta, com o potencial de controlar o que mais de 2 bilhões de pessoas veem na internet. A empresa, no entanto, vai além da rede social homônima, controlando outros três dos serviços online mais populares do planeta, incluindo Instagram, WhatsApp e o Messenger. Todo esse alcance motivou uma campanha para que a empresa seja dividida em vários pedaços independentes.

A campanha “Freedom From Facebook” tem como objetivo diluir um pouco o poder do Facebook como organização, especialmente diante de escândalos como o da Cambridge Analytica. Trata-se de uma petição online para que o FTC (Comissão Federal do Comércio dos EUA), aja para forçar o Facebook a se dividir. A campanha, com participação de vários grupos ativistas, será amplamente divulgada, com orçamento na casa das centenas de milhares de dólares.

Durante o depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso dos Estados Unidos, o executivo foi questionado se o Facebook não é um monopólio. Foi um momento tenso, no qual um dos senadores deu a entender que a empresa não tinha competidores à altura, e que um usuário insatisfeito não haveria como fugir das garras da companhia, já que boa parte dos outros serviços sociais online são controlados por ela.

Diante dessa situação a campanha pede algumas coisas:

- Transformar o Instagram, o WhatsApp e o Messenger em empresas separadas do Facebook;
- Fazer com que seja possível para pessoas em redes sociais competidores comunicarem-se umas com as outras;
- Implementar regras fortes de privacidade

A ideia é que separar os aplicativos do Facebook criaria um ambiente de maior competitividade no mercado e fortaleceria a privacidade do público, já que os apps não poderiam recorrer aos recursos “ilimitados” do Facebook e o compartilhamento de informações dos usuários também não seria tão natural.

Se a proposta for aceita pelo FTC, não será uma missão simples, mas motivação política existe de ambos os lados. A campanha tem um viés mais à esquerda, que reagiu mal ao caso Cambridge Analytica pelo benefício ao partido republicano, mas o Facebook também está bastante queimado com políticos da direita, que julgam que a empresa suprime conteúdo de cunho conservador desde que surgiu uma notícia de que os moderadores humanos que cuidavam do recurso de “Trending Topics” evitavam destacar veículos com orientação direitista entre as notícias em alta no momento.

Agora é ver como os fatos se desenrolam daqui para a frente. Não é comum que o FTC tome uma atitude tão drástica com empresas de porte gigante como o Facebook. Talvez o último grande caso de uma empresa de tecnologia que correu o risco real de se dividir por ser considerada um monopólio foi a Microsoft, que nos anos 1990 foi colocada contra a parede por favorecer o Internet Explorer no Windows, em detrimento de outros concorrentes, como o Netscape. Por pouco a companhia não teve que se dividir em duas: uma para cuidar do Windows e Office, e outra para cuidar do navegador.

Olhar Digital

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