Karlos Cabral contra o crime

Deputado dá entrevista exclusiva para o Rio Verde Agora


O deputado estadual Karlos Cabral deu entrevista exclusiva ao site Rio Verde Agora sobre a quantidade crimes e homicídios ocorridos em Rio Verde nos últimos dias, e que deixaram a população rio-verdense preocupado. Como rio-verdense e com todos os seus familiares morando na cidade, Karlos tem preocupação especial com o que se passa aqui, e falou com exclusividade sobre o aumento da violência e como ele pode atuar para diminuir os índices de criminalidade na cidade.

Como o senhor enxerga o aumento exagerado dos índices de criminalidade em Rio Verde?
Com muita preocupação, pois não vejo um trabalho preventivo sendo feito em Rio Verde para diminuir esse problema. Tudo começa lá na base, lá na família. O que a gente vê hoje são famílias desestruturadas, com pais e jovens sem emprego, arrastados para o crime pelas bebidas, pelas drogas. É aí que começa a violência. Então, é preciso que o Município interceda de fato, que crie oportunidades para que os nossos jovens possam estudar e fazer cursos profissionalizantes para conquistarem os empregos. Que o Município faça parcerias com instituições como a Igreja - que já tem um trabalho muito forte com os jovens, para que esse trabalho possa ser expandido e possamos fortalecer a família e acabar com essa insegurança que hoje abala os lares rio-verdenses.

O que o senhor pode fazer para que esses índices diminuam?
Como deputado, o que eu posso fazer, e já estou fazendo, é cobrar do governo do Estado essa melhora na estrutura das polícias. Outra medida é exigir um trabalho mais forte na prevenção e no combate às drogas, pois sabemos que quase 90% dos crimes em Rio Verde têm ligação com o tráfico. Também estamos entrando com requerimentos solicitando mais viaturas e contratação de soldados, para dotar as polícias de melhor aparato, com mais viaturas, armamentos mais modernos, e principalmente, com maior efetivo humano.

É possível pressionar o governo para que as Polícias Civil e Militar sejam equipadas com mais homens e tecnologia de ponta?
É possível sim. Tenho denunciado na Assembleia esse descaso do governo para com a segurança pública, pois nossas polícias fazem o que podem para combater a criminalidade, mas lhes falta estrutura para agir com mais eficiência. Eu estou pronto para fazer o que for preciso, mas também é importante a participação da comunidade, como aliás foi feito ano passado. Em 2010, a sociedade se mobilizou para exigir mais segurança e fez um movimento que parou a Cidade. De repente é preciso uma nova mobilização e a comunidade rio-verdense pode contar comigo para levantar também essa bandeira.

As duas menores que cometeram assassinato bárbaro semana passada deverão estar livres em breve. Como o senhor vê esta lei que deixa assassinos à solta?
Assim como toda a população, com muita tristeza e apreensão, pois, segundo relatou o delegado que investigou o caso, elas demonstraram muita frieza ao confessarem o crime e determinação. Essas são reações que não esperamos de crianças como são as duas menores. Isso evidencia como nossa sociedade precisa se reestruturar e cuidar melhor de cada indivíduo, como já disse, a partir da célula fundamental que é a família. Já o problema da punição eu encaro com muita desolação, pois sei que as medidas existentes no Estatuto da Criança e do Adolescente visam readequar essas menores ao convívio social, e não apenas colocá-las numa jaula que não tem qualquer papel disciplinador e de recuperação. O problema é que o ECA não é cumprido. O Estado elaborou uma boa lei, mas que não existe na prática. Só na teoria. Não concordo que elas sejam soltas, porém, não concordo também que elas sejam colocadas em jaulas e levadas ao convívio com criminosas profissionais que já possuem estrutura psicológica formada e sejam por elas influenciadas na sua formação. O ideal seria que as medidas sócio-educativas fossem, de fato, garantidas pelo estado e que recuperassem essas crianças para o convívio em sociedade, onde, de uma forma ou de outra, em pouco tempo elas estarão de volta - independentemente da medida aplicada. O melhor seria devolvê-las a sociedade recuperadas, do que profissionalizadas no mundo do crime - afinal, pra isso tem se prestado as cadeias.

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