Em cartaz: X-Men Primeira Classe

Inteligente, impactante e empolgante


Chega agora às telas este “X-Men – Primeira Classe”, misturando ficção e fatos históricos, a trama nos conta como, em meio à crise dos mísseis em Cuba em 1962, Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lensherr (Michael Fassbender vieram a se tornar os rivais Professor X e Magneto. Enquanto o jovem Lensherr (Magneto) não aproveitou nada em sua infância além de horrores nas mãos dos nazistas, crescendo com nada além de vingança, enquanto Xavier foi criado em um ambiente calmo, podendo explorar seus dons em uma família de classe alta.

As jornadas dos dois acabam se cruzando de maneira explosiva enquanto caçam, por motivos distintos, um aristocrata chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que deseja começar a Terceira Guerra Mundial. Contando com um auxílio instável vindo da CIA, Charles e Erik começam a reunir outros mutantes ao redor do mundo com o objetivo de deter Shaw. No entanto, o modo de pensar dos dois amigos poderá colocá-los em uma rota de colisão.

James McAvoy o diretor faz um trabalho brilhante em afastar Xavier do estereótipo santo que o personagem tinha quando vivido por Patrick Stewart, mostrando-o como um jovem excepcionalmente inteligente e esperto, mas também muito humano, gostando de se divertir e paquerar, em uma nova e interessante visão do Professor careca e centrado.

Mesmo com o destaque dado aos dois principais protagonistas da saga, os demais personagens não estão em cena como mero enfeite, cada um exercendo seu papel dentro da obra. A indicada ao Oscar Jennifer Lawrence hipnotiza o público com sua Raven, com seu desejo de aceitação sendo visível para o público a sua vontade de se relacionar com alguém que a compreenda sendo fundamental para a mensagem do filme.

Do outro lado da cerca, os destaques são obviamente o Sebastian Shaw de Kevin Bacon e sua Rainha Branca, Emma Frost (January Jones). Bacon vive Shaw como um perfeito vilão de James Bond, louco e com uma presença forte. O ator nos dá uma interpretação energética como Shaw, nos mostrando exatamente o energia negativa do vilão.

No entanto, apesar de não ser um filme desprovido de senso de humor, em nenhum momento tende para a comédia, sempre levando a si e aos seus personagens a sério, com seu diretor sabendo criar um clima de tensão constante e mostrar na tela o drama daquelas pessoas especiais, sem esquecer as cenas de ação fantásticas, e bem feitas, com efeitos impecáveis, com destaque para a invasão soviética.

O longa se estende por mais de duas horas de filme, que ao menos percebemos o tempo, criando uma expectativa imensa para cenas finais, que se desenrola gradativamente de maneira confortável e cronológica, nos deixando com sede para uma possível continuação.

Inteligente, impactante e empolgante, “X-Men – Primeira Classe” é um recomeço arrebatador para a franquia, com essa mudança se mostrando uma bela evolução para a série. Recomeçando bem um novo conceito não deixando cair no comodismo óbvio.

Por Fábio Ferreira

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