Conheça Green Book, um dos favoritos ao Oscar 2019

A película tem uma história inspiradora, complexa e muito peculiar da história da sociedade norte americana


Em meio a algumas controvérsias, Green Book desponta como uma das melhores apostas entre os indicados a Melhor Filme, na celebração que distribui estatuetas do Oscar todos os anos, em Los Angeles. A festa, que vai acontecer no próximo dia 24 de fevereiro, nos EUA, mais uma vez vai premiar os melhores filmes e artistas do ano.


A película tem uma história inspiradora, complexa e muito peculiar da história da sociedade norte americana. Um grande pianista de jazz, negro, resolve excursionar pelo sul dos Estados Unidos – porção ainda muito racista do país, apesar das leis dos direitos civis já terem sido implantadas pelo governo – e para isso, ele contrata um motorista.

Mahershala Ali – vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por Moonlight, em 2017 – dá vida ao musico Don Shirley, uma pessoa privilegiada, que não teve sua vida afetada diretamente pelo racismo e que não conhece a sociedade americana a fundo, suas contradições, sua cultura popular e as diferenças entre os brancos e os negros.

Ao decidir percorrer o sul numa viagem feita de carro, ele não sabe as situações constrangedoras e até perigosas pelas quais irá passar. Seu motorista é branco, da colônia ítalo-americana, um homem vivido, cheio de truques e esquemas. Tony Villelonga é vivido – surpreendentemente bem, para os desavisados – pelo dinamarquês Viggo Mortensen.

Viggo convence como “carcamano”, o sotaque é típico dos oriundos da colônia italiana, e também está indicado ao prêmio da academia. Ele já havia feito uma linda performance no filme Capitão Fantástico, ano passado. Aparentemente, ele mudou o foco dos papéis que aceita, agora ele dá preferência por filmes menores e papéis mais dramáticos.

O Green Book que dá nome ao filme é um livro escrito por afro americanos, que servia de guia aos viajantes e turistas com descendência africana. Com o racismo ainda muito forte, ele listava locais seguros para que pessoas com a pele escura pudessem frequentar nos estados do sul dos Estados Unidos. Hotéis, restaurantes e bares que aceitavam negros.

Enquanto realizam a turnê, muito bem sucedida, a vida de ambos é transformada. O negro descobre mais sobre a cultura popular de seu povo – comidas, artistas populares e músicas – enquanto o branco vê o racismo de perto e percebe o quanto aquilo é errado, se colocando a favor do chefe, negro.

A história faz qualquer pessoa refletir sobre como o racismo é impossível de ser explicado, entendido e ou até de se acreditar. O contraste entre o negro extremamente refinado, conhecedor da cultura européia da realidade do povo negro pobre também é algo muito curioso de se observar. O artista cresce e o ser humano se engrandece.

Apesar da história edificante e da excelente realização da produção, o filme passou por inúmeros problemas fora das telas. O diretor Peter Farelly foi acusado de ter exposto seu órgão sexual quando estava raivoso, em produções anteriores. Ele sofreu certo boicote de associações de classe nos Estados Unidos.

A família do pianista Don Shirley também protestou por, segundo eles, não terem sido consultados pelos produtores do filme, o que soou um pouco mais como uma questão financeira, já que o pianista não teve filhos e seus herdeiros são seus sobrinhos. Não faltaram controvérsias.

Se você quiser ver um bom filme, realizado por ótimos atores e que conta uma história real e edificante, o seu filme será Green Book. E você vai torcer para que ele seja premiado na noite da festa da academia de cinema.

Compartilhe

Comente: Conheça Green Book, um dos favoritos ao Oscar 2019