Concursos: a busca pela estabilidade financeira

Salários e estabilidade atraem cada vez mais gente


Bons salários, o emprego certo vitalício e a estabilidade financeira. Esses são alguns dos fatores que podem ser determinantes para a escolha da profissão em concursos públicos. A cada novo edital aumenta o número de pessoas interessadas.

Segundo a Fundação Cesgranrio, em 2010, foram promovidos 15 concursos pela instituição, com nenhuma anulação. Em 2011, até a segunda quinzena de março, já existem quatro concursos abertos e dois em andamento. “Em 2010 o maior concurso foi para o IBGE ao cargo de recenseador e em 2011 o maior até agora é o da Petrobrás com cerca de 330 mil candidatos”, informou a Assessoria de Imprensa da Fundação.

Já o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) executou 80 concursos em 2010, com nenhuma anulação e suspensão e até agora o Centro aplicou 13 concursos e seleções. Mais oito já estão agendados para o primeiro semestre deste ano.

Nos seis primeiros meses de 2011 a previsão é de que sejam realizados 27 concursos pelo Cespe e Cesgranrio juntos. O número pode ser pequeno se comparado a quantidade de concursos organizados por outras instituições a serem realizados no país sem grande divulgação.

Com tantas chances e opções, muitos veem nos concursos uma grande oportunidade de vida. O publicitário Santos Tizzo Neto já prestou 11 concursos, chegou a ficar como excedente, mas não foi chamado para nenhum. Tizzo afirma que não vê os concursos como burocráticos, mas sim muito concorridos. “Muitas pessoas dedicam a vida toda para prestar concurso. Antigamente as pessoas estudavam, faziam o segundo grau voltado para o vestibular. Hoje, está voltado para a universidade, ter um diploma e prestar concurso. As pessoas que se dedicam a concursos se dedicam de verdade”, declarou.

O publicitário salientou que os concursos são concorridos pela estabilidade que oferecem com salários acima da média dos empregos privados. “Estabilidade não é algo que você encontra em outros setores da economia brasileira”, disse.

Náira Penteado é estudante de jornalismo, concursada e trabalha atualmente na Prefeitura de Rio Verde. Para ela entrar em concursos é difícil, mas não impossível. “Tem que estudar bastante, tentar e ir ganhando experiência. Não queria passar no concurso da Prefeitura por que não era minha área de formação, mas fiz a prova, fui tranquila, estudei e graças a Deus passei”.

Os dois entrevistados destacam que a estabilidade financeira ainda é o principal atrativo dos concursos e o que os torna tão concorridos.

Hoje Tizzo garante que não prestaria outros concursos, por que não tem tempo para se dedicar, então apenas fazer a prova sem preparação não é interessante. Já Penteado se diz aberta a novas propostas. “Prestei cinco concursos e ainda vejo novas possibilidades. Acompanho editais, contudo agora para minha área de atuação. Tenho boa experiência em família, meu irmão também prestou concurso na área dele e hoje ganha muito bem”, finalizou.

O Cesp/UNB, por exemplo lançou em 2011 o concurso do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba para o cargo de Juiz Leigo. Mas está suspenso em função de uma liminar. “Vale lembrar, entretanto que anulações ou suspensões de concursos não é responsabilidade do contratado para a execução e sim do órgão realizador”, comunicou a assessoria de imprensa do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da UNB.

O concurso para os cargos de Técnico e Analista do Ministério Público da União foi o mais concorrido organizado pelo Cespe/UnB no ano passado. Ele obteve o maior número de candidatos inscritos, com um total de 755.017. “Em 2011, até o momento, o mais disputado é o concurso para os cargos de Analista Judiciário e Técnico Judiciário do Superior Tribunal de Militar, que registra o maior número de inscritos, com 73.425 candidatos”, divulgou.

Por Jéssica Souto - Especial para  Rio Verde Agora

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