Segunda onda de Covid-19 deve chegar a Goiás em janeiro, acredita secretário

Secretário estadual de Saúde estima aumento de casos em seis semanas e explica que Goiás tem cerca de 35 dias de ‘atraso’ em relação ao cenário epidemiológico de outros Estados


A segunda onda de casos de infecção por coronavírus (Sars-CoV-2) deve começar nos primeiros dias de janeiro, de acordo com previsão do secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino. “Deve acontecer dentro de seis semanas”, pontua o titular da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Alexandrino esclarece que é possível fazer esta estimativa por conta de um ‘atraso’ que Goiás tem em relação ao cenário epidemiológico de outros Estados brasileiros. “Estamos com uma diferença no que diz respeito ao aparecimento dos primeiros casos de Covid-19 de cerca de 35 dias em relação a outros Estados, como o Amapá e Espírito Santo, que já começaram a ter indícios de uma segunda onda”, esclarece. 

Alexandrino diz que esta diferença temporal dá tempo para o Estado se preparar para uma segunda onda da doença e ressalta que Goiás ainda passa por um período de queda na curva epidemiológica. “Alguns boletins como, por exemplo, o último InfoGripe, da FioCruz, mostraram a possibilidade de aumento de casos aqui. Entretanto, isso ocorreu porque eles usam os dados do sistema do Ministério da Saúde, que desde o dia 15 de novembro enfrenta instabilidade”, esclarece. 

O secretário explica que por conta disso, muitas vezes, quando os dados são inseridos, isso acontece uma vez só. “Porém, o que levamos em conta não é o dia do registro, mas sim o dia em que os casos ou mortes ocorreram”, enfatiza.

Leitos 
No fim de outubro, época em que o Hospital de Campanha (HCamp) de Águas Lindas foi devolvido para o Ministério da Saúde, o secretário estadual de Saúde havia afirmado que os hospitais de campanha do interior exclusivos para tratamento de Covid-19 iriam funcionar apenas até o fim de 2020 e depois iriam ser convertidos em hospitais gerais regionais para atender as outras demandas. O único HCamp que continuaria funcionando até junho de 2021 seria o HCamp de Goiânia. Entretanto, Alexandro esclarece que neste momento Goiás tem preparados 600 leitos para uma possível segunda onda de Covid-19. “Esses leitos existem e estão disponíveis. A parte mais difícil que era conseguir esses leitos, dinheiro e profissionais, nós já fizemos. Agora, é só uma questão de regulação”, explica. 

Atualmente, além do HCamp de Goiânia, Goiás possui hospitais destinados para o atendimento de Covid-19 em Anápolis, Itumbiara, Luziânia, Formosa e Jataí. De acordo com dados Painel da Covid-19, da SES-GO, desta sexta-feira (27), o Estado possuía 899 leitos destinados ao tratamento de pacientes com coronavírus, sendo que 610 são de enfermaria, com taxa de ocupação de 23%, e 289 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com taxa de ocupação de 43%. “A mobilização e desmobilização destes leitos para o uso de pacientes Covid-19 ou não será dinâmica e dependerá muito da realidade que formos enfrentar. Na última semana, por exemplo, pegamos dez leitos de Covid-19 no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Huana) e transformamos em leitos gerais. Caso a demanda aumente, iremos reverter estes leitos para Covid-19 de novo. Esta será a política em todo o Estado”, explica Alexandrino.

Expectativa é de casos mais brandos 
A expectativa da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) é que os casos de Covid-19 que devem acontecer em uma segunda onda da doença no Estado sejam mais brandos. “Não tem como adivinhar e fazer nenhuma previsão. Entretanto, acredito que o perfil dos infectados irá mudar. A grande maioria das pessoas mais suscetíveis a se tornarem casos graves da doença já se infectaram”, relata secretária estadual de Saúde, Ismael Alexandrino. De acordo com ele, nesse cenário, tende-se a ter menos pessoas internadas e menos óbitos causados pela doença. “Também teremos profissionais mais experientes em lidar com as pessoas infectadas. Isso vai fazer com que tenhamos mais sucesso nos tratamentos”, acredita. 

Alexandrino afirma ainda que, com a possibilidade de que a maioria das pessoas que serão infectadas em uma segunda onda da doença sejam assintomáticas ou pré-sintomáticas, é necessário que a população redobre cuidados como, por exemplo, o uso de máscara, para evitar aumento na dispersão do vírus. “Além disso, a segunda onda deverá ocorrer ao mesmo tempo que o período de outras doenças respiratórias como, por exemplo, a Influenza. Por isso, ao menor sinal de qualquer sintoma, é preciso se isolar. As pessoas que já se infectaram também não podem banalizar a situação, pois podem transmitir para outras que ainda não foram contaminadas. Não podemos nadar e morrer na praia”, diz o secretário de Saúde.

Vacina deve sofrer atraso 
A aplicação da vacina contra o coronavírus (Sars-CoV-2) em uma parte considerável da população, que é considerada a única forma totalmente efetiva de barrar uma segunda onda da doença em Goiás, deve chegar no Estado somente em fevereiro ou março. “Ela é nossa ‘bala de prata’. Entretanto, devido a algumas questões logísticas e mudanças de protocolo, ela deve chegar depois do que estávamos esperando, que era em janeiro”, esclarece o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, que explica que, sem a vacina, o controle de uma segunda onda depende do comportamento da população. “É preciso que as pessoas entendam que a pandemia não acabou. Precisamos seguir tomando cuidado até estarmos imunizados”, pontua.

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