Sony busca no Brasil games e estúdios para investimento

'Olheiro' da empresa está no evento BIG Festival, em São Paulo. 'Para ser lançado no PlayStation, jogo tem que ser inovador', diz executivo


Estúdios brasileiros suam a camisa para conseguir finalizar e colocar seus jogos à venda para o público. O bom resultado criativo no país atraiu a atenção de grandes empresas do setor. Hoje, elas olham os desenvolvedores brasileiros de outro modo e começam a planejar investimentos. É o caso da Sony, dona do PlayStation e de franquias como "God of War" e "Uncharted". A empresa enviou um "olheiro" para participar do Brazil's Independent Games Festival, o BIG Festival, que acontece até 18 de maio em São Paulo.

"Nosso objetivo é viajar pelo mundo em busca de desenvolvedores inovadores com equipes pequenas e com ótimas ideias para ajudá-los a lançar suas criações nas plataformas PlayStation", afirma Hector Sanchez, produtor de desenvolvimento externo do estúdio Santa Monica da Sony Computer Entertainment. "Temos experiência em encontrar talentos e bons games. O caso mais conhecido é do estúdio Thatgamecompany, responsável por games de sucesso como 'Flow', 'Flower' e 'Journey', games como 'Unfinished Swan' e outro que será lançado em breve."

O valor a ser investido e quais estúdios brasileiros a Sony já está de olho o produtor não revela, mas cita games como favoritos: "Chroma Squad", "Toren" e "Aritana e a Pena da Harpia". Não significa que os estúdios destes jogos foram selecionados. Ele afirma que usará seus dias no Brasil para conhecer os desenvolvedores e seus projetos e está confiante de que um jogo bom será descoberto.

"O importante é que o game mostre boas ideias e propostas inéditas de jogo", explica. "Veja 'Flower' e 'Journey', por exemplo. Eles são mais experiências do que games. Por apresentarem uma qualidade incrível, fizeram sucesso. Queremos mais jogos assim".

Sanchez foi produtor dos games "Mortal Kombat" e "Injustice: Gods Among Us" no estúdio Netherrealm. Ele diz que assim que começou a trabalhar com a Sony Santa Monica viu todos os estúdios independentes que estavam sob o guarda-chuva da empresa e teve uma surpresa. "Não há parceria entre estúdios da Sony com nenhum estúdio da América Latina", atesta. "Tenho a certeza de que há uma riqueza de talento e de criatividade no país que ainda renderá bons frutos".

Com o estúdio escolhido, ele passa a fazer parte da Sony, recebendo todo o auxílio para concluir o jogo e atingir a qualidade esperada e os recursos em dinheiro e em equipamentos para concluir o projeto e comercializá-lo, conta Sanchez. "Nos envolvemos na produção, no design no game, criando uma colaboração entre o nosso grupo e o estúdio".

Esta é a primeira visita oficial da Sony para ficar de olho nos estúdios de games brasileiros. Com o maior contato, o executivo diz que a empresa pode aprender sobre o trabalho de pequenos grupos, custos e impostos para desenvolver games aqui.

Ele afirma que não há obrigação de voltar para os Estados Unidos após o BIG Festival com contratos fechados com empresas brasileiras - "isso será um extra", disse. O importante é recolher informações sobre o cenário atual do mercado de desenvolvimento de games brasileiro e usar os dados no futuro. "Quero que os desenvolvedores saibam que estamos tentando contratar uma equipe aqui da América Latina que tenha um jogo inovador para lançá-lo nas plataformas PlayStation. É um mercado grande e importante para nós".

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