PES 2014 tem melhoria visual, mas peca em ritmo de jogo

Segundo produtores, medida deixa partidas mais táticas. Torcida influenciará motivação de jogador e do time


Na briga pelo título de melhor game de futebol do ano, “Pro Evolution Soccer 2014” tenta se reinventar. A Konami, dona da franquia, usou tecnologias inéditas para a nova versão do popular jogo com o objetivo de fazer com que os atletas do game se pareçam o mais real possível.

Uma destas tecnologias é o motor gráfico Fox Engine, que forneceu o visual fotorrealista dos jogadores. Por outro lado, a velocidade da partida foi reduzida consideravelmente, tentando buscar um ar mais de simulação de uma partida de futebol. O resultado dessas mudanças, contudo, não ficaram como o esperado.

O game está diferente por conta deste novo ritmo e um pouco estranho, com passes e chutes que demoram para acontecer após o comando ser dado. Difícil dizer se a novidade irá agradar aos fãs brasileiros tão acostumados a ter um título anual tão parecido a cada edição.

Na demonstração estavam disponível apenas os times Bayern de Munique e Santos, curiosamente ainda com Neymar na equipe. Na versão para o Xbox One de “Fifa 14”, o atleta brasileiro já atuava pelo Barcelona.

Mais tático
Em entrevista, o produtor criativo de PES, Kei Masuda e o desenvolvedor Naoya Hatsumi disseram que reduziram consideravelmente a velocidade das partidas de “PES 2014” para dar um ritmo diferente ao game e torná-lo mais tático. “É o meio que encontramos para que o jogo ficasse mais perto do que acontece na vida real. Assistimos a milhares de partidas e vimos que o ritmo de jogo deveria mudar. Isso se tornou mais verossímel”, disse Masuda.

Por estar mais devagar, os gamers podem ter mais tempo para pensar em trabalhar em uma jogada. Ele pode calcular o tempo que o atleta virtual leva para atingir sua velocidade máxima e depois desacelerar para conseguir ultrapassar a defesa. “Não queríamos mais que um atleta mais habilidoso conseguisse driblar o time inteiro até marcar um gol, como acontecia anteriormente”, explicou.

Na prática, o ritmo de jogo está estranho. Embora se pareça mais com “Fifa Soccer” do que qualquer outro jogo da séria “PES”, tudo na tela acontece em câmera lenta. Os jogadores, mesmo em velocidade máxima parecem se arrastar em campo, o domímio de bola demora a acontecer e os companheiros não se movem rapidamente. A sensação é que de o alto nível visual comprometeu a velocidade de processamento do game nos velhos PS3 e X360.

Mas o principal problema desta lentidão está nos passes e nos chutes. Demora muito tempo para que o jogador realize o movimento após o comando do gamer. O jogador tenta conseguir usar o pé certo e, uma vez que a bola em “PES 2014” é um elemento independente do jogador pela primeira vez, o sistema parece levar muito tempo para calcular a distância entre a perna do atleta a bola. Certamente, se o game for para às lojas desta maneira, até mesmo os fãs mais dedicados terão que reaprender a jogar.

Para os chutes, esta lentidão – aliada ao fato de que as partidas estão muito mais presas no meio de campo – é que ficou muito mais difícil fazer gols. Mesmo dando o comando antes de a marcação chegar, o tempo que leva até a bola ser chutada faz com que um zagueiro a roube. Não está bom.

Melhoria visual

O novo motor gráfico Fox Engine, criado pelo time da Kojima Productions e que será usado no game “Metal Gear Solid V” cumpre seu papel, mas pode ser o responsável pela excessiva lentidão das partidas de “PES 2014”.

Nos videogames atuais que já apresentam limitações para os desenvolvedores, a tecnologia traz jogadores muito bem construídos. De longe é possível saber quem é quem apenas pela aparência.

De perto, as imagens são verossímeis, um grande salto visual se comparado à edição 2013. O início da partida, com os atletas entrando em campo, e os replays mostram melhor este novo estilo visual. De longe, parece que o jogo está em baiza resolução e que os jogadores estão sempre envoltos em uma sujeira.

Na movimentação, percebe-se que elas estão mais orgânicas, fugindo do estilo de corrida e dribles robóticos das edições anteriores. O atleta virtual parece dominar a bola do mesmo modo que ele faria em um gramado real.

Como nas partidas há mais contato físico entre os atletas, com este novo motor eles reagem aos encontrões. Um sistema calcula a velocidade do impacto entre os dois com suas alturas e peso. Jogadores mais magros certamente perdem a bola neste momento.

O gramado recebeu uma atenção especial no, apresentando pequenos defeitos que aparecem na TV durante uma partida real. "Recriamos os estádios, conseguindo colocar a iluminação real do local dependendo da época do ano e do horário. Para isso, calculamos a latitude e longitude deles", explicou Masuda.

O sistema Player ID, que mostra a movimentação característica dos principais atletas terá mais jogadores este ano. “O número deve sair de 40 e chegar a 100”, explicou o produtor.

Motivação
“A motivação será um elemento essencial para o game este ano”, disse o produtor. “Se o jogador não estiver motivado, ele corre mais o risco de sofrer uma lesão ou a se cansar mais durante o jogo”, contou o desenvolvedor Naoya Hatsumi.

A torcida irá influenciar todo o time. Ela pode até fazer com que um destes atletas desmotivados possa melhorar durante a partida. Entretanto, vaias podem dar o efeito inverso.

Nova geração
“Embora a tecnologia atual de ‘PES 2014’ permita facilmente que ele seja lançado para plataformas da nova geração, preferimos não fazer isso. Seria apenas ter um jogo mais bonito graficamente, quando que, usando mais memória dos novos consoles, nós teríamos que criar algo ainda mais realista. Por conta disso, ‘PES 2014’ não sairá no PlayStation 4 nem no Xbox One neste momento. Mas no futuro, certamente trabalharemos nas novas plataformas”, disse Hatsumi.

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