Papa está no Twitter

Bento XVI aderiu à rede de microblogs ontem, 12 de dezembro de 2012


"Queridos amigos, tenho a alegria de entrar em contacto convosco através do Twitter. Obrigada pela vossa generosa resposta. Benzo-vos a todos do fundo do coração", escreveu o papa na primeira mensagem na conta pontifex.

Com o lançamento desta mensagem "urbi et orbi", o Papa aproveitou designadamente para benzer o milhão de seguidores na audiência geral de quarta-feira, ultrapassando assim o desafio das redes sociais onde a Igreja é frequentemente muito criticada pelos jovens internautas.  

Em 40 minutos, o "tweet" do Papa foi replicado na versão inglesa 15.600 vezes. A primeira mensagem de Bento XVI também foi difundida noutras sete línguas, designadamente português, italiano, espanhol, alemão, francês, polaco e árabe.  

Num segundo "tweet", enviado em resposta a uma questão sobre a melhor maneira de viver o "Ano da fé", Bento XVI dá três recomendações no estilo telegráfico da rede social, aconselhando a "dialogar com Jesus na oração, escutar Jesus, que fala no Evangelho, encontrar Jesus presente naquele que necessita".  

O Papa, de 85 anos, deverá responder ainda hoje a duas outras questões das milhares que lhe foram enviadas depois da abertura da conta, há uma semana.  

Depois da bênção a 4.500 fiéis do mundo inteiro reunidos na Sala Paulo VI para a audiência geral semanal, o papa enviou a primeira mensagem a partir de um "tablet" eletrônico, dado por responsáveis do Conselho Pontifício das comunicações Sociais, jovens e pela responsável do Twitter para a inovação social, Claire Diaz-Ortiz.

O "tablet" estava pousado numa mesa, coberta com um pano vermelho.

Depois das indicações sobre o funcionamento do "tablet", Bento XVI, a sorrir e com um ar ligeiramente divertido, mas também hesitante perante uma técnica que não controla, pôs os óculos e enviou o primeiro "tweet" de um papa na História.   

Por princípio, o papa não "segue" ninguém no Twitter.  

A conta pontifex recebeu milhares de pedidos, sérios e irónicos, críticas e ofensas, para um "hashtag" especialmente criado para o efeito.  

Atualmente, oito cardeais, dezenas de bispos, centenas de padres e religiosas estão presentes no Twitter.  

O padre Antonio Spadaro, diretor da revista jesuíta Civilta Cattolica, e um dos primeiros da Igreja a ter aderido ao Twitter, considerou que "o ambiente pessoal das pessoas é um universo fragmentado e, neste contexto, a necessidade impõe-se de transmitir mensagens sensatas, de sabedoria, igualmente profundas, mas breves".  

"O que me toca é a disponibilidade do papa de se pôr em jogo. Claramente, os riscos são numerosos. Penso que a melhor maneira é enfrentar com coragem os desafios", adiantou o padre Spadaro, comentando que muitas mensagens enviadas ao papa associam a Igreja a escândalos financeiros e sexuais.

Esta presença nas redes sociais foi sempre encorajada por Bento XVI, numa preocupação de transparência.  

O papa alemão, que tornou a "Nova Evangelização" das sociedades descristianizadas uma prioridade, manifestou uma abordagem positiva dos meios de comunicação e modernizou os 'media' do Vaticano.

Fonte: Divulgação

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