Trabalhadores da Saneago fazem paralisação

Os funcionários protestam contra a privatização da estatal


Os trabalhadores da Saneago de Goiânia e região metropolitana, juntamente ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg), paralisarão suas atividades pela segunda vez neste ano. O objetivo da paralisação é cobrar o cancelamento da licitação que pretende subdelegar os serviços de tratamento de água e esgoto de quatro cidades goianas (Aparecida de Goiânia, Jataí, Rio Verde e Trindade). Os empregados de Jataí e Rio Verde também participarão da paralisação que será realizada hoje (17), a partir das 9h.

Os trabalhadores paralisados se concentrarão na Superintendência Metropolitana de Negócios (Sumen) da Saneago e, às 14h30, realizarão uma marcha em Aparecida de Goiânia. A marcha sairá da Câmara Municipal de Aparecida e seguirá até a Prefeitura da cidade.

Na semana passada os empregados da estatal também realizaram uma paralisação. Esteve presente no ato o promotor do Ministério Público de Goiás (MP), Fernando Krebs. O promotor foi enfático ao afirmar que o contrato de subdelegação que havia sido apresentado pela estatal em janeiro deste ano possuía inúmeras cláusulas ilícitas e que o novo, elaborado pela empresa após uma audiência pública no MP, continua apresentando inúmeros tópicos ilícitos e ‘imorais’ para com o povo goiano.

Apesar da ilicitude do contrato, o governo insiste em entregar à iniciativa privada o tratamento de água e de esgoto de quatro cidades do Estado. O pregão para a contratação da empresa que executará os serviços de subdelegação, inclusive, já está marcado para o dia quatro de junho.

Riscos
Caso a subdelegação seja feita, as cidades envolvidas no processo não mais poderão receber recursos do PAC (recursos não onerosos). Além disto, a Saneago não estará entregando apenas o sistema de esgoto, mas também todo o sistema de água, toda a estrutura física existente (subavaliada em R$400 milhões), a receita de R$2 bilhões anuais e o pior, toda a tecnologia da estatal (inclusive um sistema de informática que é modelo no Brasil).

“Com os contratos de subdelegação de serviços ou qualquer outro tipo de privatização, a população de baixa renda poderá ter sim, o sistema de esgoto e água tratada passando em sua porta, mas não conseguirá arcar com seus custos. E isto poderá acarretar, inclusive, retrocessos, como a volta do uso de cisternas e de fossas sépticas”, afirma o diretor do Stiueg, João Maria Oliveira.

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