Semana tumultuada na política nacional

Governadores de Goiás e do Distrito Federal estiveram na berlinda durante CPI do Cachoeira


Se fosse feito um balanço para se saber quais foram os nomes mais citados na política nacional esta semana, não se tem dúvidas de que o de Marconi Perillo e Agnelo Queiroz estariam no topo da lista. Os dois governadores se tornaram centro das atenções após terem prestado depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a ligação de empresários e políticos com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Perillo se apresentou na terça-feira, 12, e Agnelo na quarta-feira, 13. Ambos esclareceram suposto uso de seus governos para beneficiar Cachoeira, que está preso acusado de comandar uma rede de jogos de azar e de participar de diversas práticas ilegais envolvendo empresários e figuras políticas.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, aproveitou o tempo que recebeu antes de iniciar o seu depoimento para fazer uma breve “explanação” sobre sua gestão, anunciando números que visavam comprovar o resultados positivos de sua administração. Não diferente, Agnelo, do PT, aproveitou o seu tempo de fala para revelar o que tem feito frente ao estado do Distrito Federal.

Mas para os dois governadores esta – se realmente foi uma – tática funcionou apenas para acalorar seus respectivos partidos e aliados. Já os adversários queriam mesmo era colocar contra a parede os depoentes e os ver caindo em contradição. Perillo suportou até o fim mais de 8 horas de questionamentos, período em que buscava se defender das suspeitas de influência de Cachoeira em seu governo e da confusa venda de sua casa num condomínio em Goiânia, que teria sido comprada por Carlos Ramos por meio de um intermediador, o que ele diz desconhecer.

Agnelo, amparado pelo seu partido e aliados, respondeu às perguntas que sempre tinham como objetivo descobrir se ele possuía ou não alguma ligação com Cachoeira – o que ele, assim como Marconi, negou do inicio ao fim. O governador do DF até autorizou a quebra de seus sigilos bancários e telefônicos, diferente de Perillo, que não aceitou fazer o mesmo, mas para não sair enfraquecido após a atitude de Agnelo resolveu aceitar a interferência em seus sigilos.

Os parlamentares que fazem parte da comissão que investiga o caso conseguiram proteger seus colegas de partido. Em certos momentos o que se via era uma nervosa e intensa disputa entre PT e PSDB para defender seus aliados, e não uma CPI que visava primeiramente colher fatos.

Por Dyego Queiroz - Especial para o Rio Verde Agora

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