Prefeitura de Caiapônia descumpre convênio para manutenção do Campus da UniRV

Projeto de Lei do prefeito Caio Lima enviado à Câmara de Vereadores previa novo pacto, agora com a Faculdade de Iporá, mas ao ver que a matéria não seria aprovada, na semana passada o Executivo retirou o projeto da pauta


Desde que chegou ao município de Caiapônia, em 2007, a Faculdade de Rio Verde (Fesurv) – hoje Universidade de Rio Verde (UniRV) – tem sido um orgulho para os caiaponienses. Vale lembrar que, quando o Campus foi implantado, mais de 50% dos entrevistados pelo Jornal O+Positivo naquele ano diziam que a cidade precisava de uma faculdade.

Dez anos se passaram e os números surpreendem. Mais de 300 pessoas já concluíram o ensino superior, nas diversas áreas que o Campus oferece. Além disso, há mais de 440 alunos matriculados frequentando regularmente os cursos. Por ano são mais de R$ 500 mil em bolsas, disponibilizadas aos estudantes do Campus, graças a parceria.

Apesar da história construída, desde 2012 os compromissos firmados no acordo entre a Prefeitura e a Universidade não vêm sendo cumpridos pela primeira.

No pacto inicial a Prefeitura se comprometeu a ceder o prédio durante 15 anos sem nenhum custo. Estava previsto também realizar os investimentos necessários para a ampliação, de acordo com o aumento da demanda. Cobrir as despesas de consumo com água e energia além de manter dois servidores para realizar serviços gerais e vigilância era outro compromisso.

Em contrapartida a UniRV deve manter quatro cursos superiores em funcionamento e conceder descontos de R$ 100 em todas as mensalidades de alunos do Campus Caiapônia em relação a matriz de Rio Verde. Despesas com professores e fornecedores seriam por conta da Universidade.

Entre essa lista de compromissos o diretor do Campus, Marcos Aparecido da Silva, disse que hoje a Prefeitura “só tem pagado a água e a energia”. A última sala construída foi na administração do prefeito Edinho, em 2012.

Por outro lado, a Faculdade investiu, em 2016, cerca de R$ 400 mil para a aquisição de ares condicionados. À administração pública caberia os custos com a instalação de um transformador que custa em torno de R$ 40 mil, mas até hoje o equipamento não foi adquirido e as salas continua com a falta dos climatizadores. Há ainda o problema relacionado a parte estrutural das salas de aulas que apresentam goteiras e necessidade de diversos reparos.

Para completar o descaso com a parceria de uma década, em agosto o prefeito Caio Lima enviou para a Câmara um Projeto de Lei pedindo a autorização do Legislativo para o Executivo “firmar convênio com a Faculdade de Iporá (FAI)”.

Na semana passada, por meio do ofício 402/2017, o gestor pediu a retirada do projeto da pauta de votação na Casa. Segundo vereadores ouvidos por essa reportagem, a matéria não teria a maioria para ser aprovado. “O projeto seria reprovado. A Câmara não iria permitir a aprovação de uma nova parceria se o convênio com a UniRV  não está sendo honrado”, afirmou o presidente, vereador Heber Martins.

Nossa equipe tentou ouvir o prefeito Caio Lima, mas até o fechamento dessa reportagem ele não respondeu ao nosso contato.

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