PGR pede nova oitiva em inquérito contra Daniel e Maguito

Suposto operador das doações será ouvido; deputado diz que diligência é comum, que relatório final deve ser feito em 30 dias e que está tranquilo quanto a isso


Atendendo petição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli remeteu à Polícia Federal (PF) os autos do inquérito instaurado na corte contra o deputado federal Daniel Vilela e o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela, ambos do MDB. O encaminhamento é para que seja realizada nova oitiva a fim de aprofundar a investigação de caixa dois contra os goianos.

De acordo com as delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht Ambiental que geraram a investigação, Maguito e Daniel teriam recebido, respectivamente, R$ 500 mil e R$ 1 milhão para suas campanhas a prefeito, em 2012, e para deputado, em 2014. A investigação se dá porque os valores não teriam sido declarados nas doações eleitorais, configurando caixa dois.

Em sua petição, Raquel Dodge relata que a operacionalização das doações teria sido realizada por Eduardo Barbosa, responsável pela interface da empresa com o Setor de Operações Estruturadas, informando que seria ele, “portanto, a pessoa que detém maiores detalhes sobre a sistemática de efetivação dos pagamentos”, relata o documento que solicita a oitiva com ele.

Ao POPULAR, Daniel Vilela diz que essa é uma diligência comum e que já foram feitas “diversas outras.” “O processo já está caminhando para o fim, independente de oferecimento de denúncia ou não e estou feliz com isso”, afirma.

Ele relata que foi pessoalmente à PGR pedir celeridade do processo. “Disse a eles que, ao contrário de outros investigados, que querem postergar as decisões, eu quero que seja feito o relatório final, seja para oferecer denúncia ou pedir o arquivamento. Garantiram que dariam celeridade e fizeram esse novo pedido (de oitiva com Eduardo Barbosa)”, explica.

O deputado ressalta ainda que, em seu despacho, Toffoli “foi claro ao dizer que não concederá mais prazos para novas diligências.” “Isso foi muito positivo dentro do que pedi, que foi celeridade e, dentro de 30 dias, o relatório deve ser feito.”

Em seu último despacho, Toffoli juntou a defesa de Daniel, em que pede o arquivamento e apresenta dez pontos para a argumentação, entre eles, o “lastro mínimo de probabilidade de materialidade e de indícios de autoria.”

Para Daniel, o relatório deverá ser pelo arquivamento. “Não há materialidade. O próprio delator disse que nunca me viu. Não há participação minha. Estou muito tranquilo quanto a isso.” Via assessoria, Maguito reitera tranquilidade e diz que a defesa no caso é feita de maneira conjunta com Daniel.

O Popular

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