Marconi diz desconhecer influência de Cachoeira em seu governo

No entanto, empresas ligadas a bicheiro fizeram doações para governador


Em encontro de governadores do PSDB em Curitiba, o governador de Goiás, Marconi Perillo, recebeu apoio dos colegas diante de suspeitas de envolvimento com Carlos Cachoeira e negou influência do empresário em seu governo.  Cachoeira, que é de Goiás, está preso desde 29 de fevereiro sob acusação de comandar esquema de jogo ilegal. Ontem, Perillo disse que “não há omissão” de seu governo em relação à contravenção. Citou ainda que, sob sua gestão, a Polícia Civil fez 400 operações no Estado para combater jogos ilegais. Três funcionários do alto escalão do governo goiano já foram exonerados após serem citados em gravações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu Cachoeira.

Há suspeitas ainda sobre contrato do governo com a construtora Delta -investigada pela PF- e sobre eventual influência de Cachoeira em nomeações na gestão. Em gravações divulgadas pelo “Jornal Nacional”, por exemplo, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez (PSDB), aliado de Perillo há mais de 20 anos, diz a Cachoeira que “o governador liberou os negócios” e que há “mais quatro pedidos”, sendo que um deles será “lotado nas nomeações”. Perillo disse ter investigado a suspeita e que não há irregularidades. “Os cargos no governo de Goiás são preenchidos por critérios de competência técnica”, afirmou.

Doações
O rastreamento do dinheiro injetado pela Delta Construções em empresas de fachada, segundo a Polícia Federal, e ligadas ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira revela que a empreiteira carioca montou um "deltoduto" para irrigar campanhas eleitorais. A CPI do Cachoeira, que será instalada nesta quinta no Congresso, vai investigar os negócios do contraventor e seus elos com a construtora e políticos.

Empresas que receberam recursos da Alberto e Pantoja Construções Ltda., cuja única fonte de renda identificada pela PF, era a Delta Construções, abasteceram cofres de campanhas em Goiás, área de influência da organização criminosa de Cachoeira. Segundo as investigações da Operação Monte Carlo da PF, a construtora de fachada (a Alberto e Pantoja) registrou operações atípicas durante o ano eleitoral, período em que movimentou 17,8 milhões de reais.

Duas empresas, que embolsaram 210 000 reais da Pantoja, doaram 800 000 reais a candidatos. Entre eles, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o deputado federal Sandes Júnior (PP-GO), ambos citados nas investigações da PF por supostas relações com a quadrilha.

A chefia de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), confirmou em nota que sua campanha recebeu "doações oficiais e legais" em 2010, de 450 000 reais, da Rio Vermelho Ltda. A nota não esclarece, porém, o motivo da doação ter sido registrada apenas depois das eleições. O deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) e o ex-senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) também confirmaram repasses de recursos da Midway, do empresário Wilton Colle, para suas campanhas.

Fonte: veja.com

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