Lissauer recebe diretores da Enel

Em pauta, queixas da população sobre os serviços de energia elétrica


O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), deputado Lissauer Vieira (PSB), recebeu, na manhã desta segunda-feira, 25, a visita de membros da diretoria executiva da Enel Brasil e Enel Goiás. Durante a reunião –  de aproximadamente 90 minutos – foram colocadas em pauta as principais queixas da população goiana, especialmente as voltadas aos anseios do interior do Estado. Os dirigentes trataram também sobre a CPI, proposta no Legislativo pelo deputado Henrique Arantes (PTB). O  parlamentar chegou a participar de parte da conversa no gabinete presidencial da Casa.

Lissauer recebeu o presidente da multinacional, Nicola Cotugno, e o diretor Institucional, José Nunes de Almeida. Também estiveram presentes no encontro o presidente da Enel Goiás, Abel Alves Rochinha; o diretor de Relações Institucionais, Humberto Estáquio; e, por fim, o diretor de Infraestrutura, Guilherme Lencastre.

Logo após o término da reunião, Lissauer ressaltou que todos se mantiveram abertos ao diálogo. “Levantamos os pontos de dificuldade e percebemos que existe uma boa vontade para resolvê-los”, afirmou. O presidente considerou também que a Enel está “passando por uma fase de adaptação no Estado” e que o fornecimento de energia elétrica “não está à altura da população goiana e também dos investimentos que têm chegado ao Estado”.

Por sua vez, o presidente da Enel Goiás, Abel Alves Rochinha, lembrou que a empresa já investiu R$ 800 milhões ao longo dos dois primeiros anos e, mesmo tendo recebido a companhia “sucateada”, não deixou de apresentar resultados. “Estamos no processo de colocá-la na linha. Os números de 2018 foram melhores do que o contrato nos exigia. [...] Quando cheguei a Goiânia, a palavra de ordem era: choveu, acabou a energia. Hoje, nós, moradores da capital, sabemos que isso não acontece mais.”  

Rochinha faltou também sobre as ações em benefício dos pontos mais afastados. “Algumas áreas do Estado são mais distantes e ainda enfrentam problemas. As pessoas reclamam, e com razão. Não tiro nossa reponsabilidade. [...] O desafio agora é chegar aos pontos mais distantes. E 97% das intervenções que iremos fazer na rede serão no interior do Estado. O nosso foco agora é esse.”

CPI
Por iniciativa do deputado Henrique Arantes, foi apresentado, junto ao líder do Governo, deputado Bruno Peixoto (MDB), um requerimento solicitando a criação de uma CPI para investigar a Enel. O objetivo é apurar os termos contratuais da privatização, bem como os termos de investimento da empresa para o ano de 2018 e anos subsequentes.

Em justificativa, Henrique Arantes disse que a CPI investigará, inicialmente, o termo de privatização da Enel, especialmente no que diz respeito ao compromisso da empresa em investir R$ 1 bilhão por ano. “Temos documentos em que a Enel afirma que investiu só R$ 800 milhões no ano passado. Vamos fazer a devida investigação e, caso se comprove que a companhia é devedora, vamos cobrar dela multa e, sobretudo, respeito com a população goiana”.

Segundo o parlamentar, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirma que a Celg-Enel é, atualmente, a pior empresa fornecedora de energia do Brasil. Além de reclamações de serviço de baixa qualidade, a Enel também teve o maior reajuste no preço do Kilowatt em todo o Brasil. Enquanto a média de reajuste no País foi de 10%, na capital goiana, os preços subiram mais de 30%.

Em entrevista, o presidente da Alego lembrou que a CPI é feita por meio da participação dos parlamentares e que, não havendo recuo das assinaturas – que já supera o mínimo suficiente para abertura da investigação –  “tem que andar”. “Se os deputados entenderem que ela deve continuar, será feita com muita clareza, transparência e diálogo. A Enel terá a oportunidade de resolver e trazer solução para os problemas de Goiás.”

Por sua vez, o presidente da Enel Goiás, considera o contrato “muito simples”. Sobre a questão financeira, disse: “Fala exclusivamente da saúde financeira da companhia. Que foi a primeira coisa que fizemos. Tivemos que colocar um bocado de dinheiro para pagar as contas atrasadas e colocarmos tudo em dia”. Para ele, o contrato é de leitura “fácil e tranquila”.

A respeito do investimento anual equivalente a R$ 1 bilhão, Rochinha foi incisivo: “Não há nenhum número colocado sobre isso”. Caso a CPI prossiga no Legislativo, o presidente garantiu que serão prestados todos os esclarecimentos necessários. “Hoje foi uma primeira iniciativa. Trouxemos toda a diretoria para conversar. Ou seja, quanto mais diálogo tivermos, melhor para todos. O importante é ouvir a sociedade, principalmente por meio de seus representantes. Assim temos ideia do que está acontecendo, o que devemos corrigir e como atuar”, pontuou.

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