Caiado aos líderes do MDB: 'Não podemos nos dividir'

Senador defende a formação de uma chapa conjunta para cargos majoritários


O senador Ronaldo Caiado (DEM) voltou a se reunir com lideranças do MDB e, mais uma vez, fez a defesa da união da oposição em Goiás. O encontro foi realizado no apartamento do senador, no Setor Bueno, em Goiânia, na noite de terça-feira e contou com a presen¬ça de deputados estaduais, federais, prefeitos e lideranças do MDB goiano.

“A máquina do governo é pode¬rosa, temos que nos unir”, afirma Ronaldo Caiado no encontro com emedebistas. Para Caiado, dividida a oposição é presa fácil para o Palácio das Esmeraldas. Sua argumentação é de que a máquina do governo não pode ser subestimada e que somen-te uma chapa forte, composta de to¬dos os partidos que fazem oposição em Goiás, tem chances de derrotar o candidato do bloco governista.

Caiado defende que o candidato da aliança oposicionista deve ser escolhido dentre aquele que reunir as me¬lhorescondiçõesdevitória, nestesen¬tido, propõe a definição deste nome a partir de critérios como a realização de pesquisas qualitativas, quantitati¬vas, além da capacidade de aglutina¬ção. Emresumo: deveserungidocan¬didato a governador aquele que tiver melhornaspesquisas, queapresentar melhorescondiçõesdecrescimentoe maior habilidade política para reunir junto a si uma grande frente de parti¬dos e lideranças políticas.

O encontro teve as presenças da ex-deputada federal Iris Araújo, do deputado federal Pedro Chaves e dos deputados estaduais Bruno Pei-xoto, José Nelto e Lívio Luciano. Ex¬-presidente estadual do MDB e ex¬-prefeito de Bom Jardim, Nailton Oliveira ouviu as argumentações ao lado do secretário de Planejamento do Município de Goiânia e ex-vice¬-prefeito, Agenor Mariano, e dos pre¬feitos Adib Elias (Catalão), Ernesto Roller (Formosa), Paulo do Vale (Rio Verde) e Renato de Castro (Goiané¬sia). O deputado federal Daniel Vi¬lela e o ex-prefeito Maguito Vilela também foram convidados para o encontro, mas não compareceram.

PESQUISAS
Durante o ano de 2017, as pes¬quisas apresentaram Ronaldo Caia¬do à frente na sucessão estadual. É em cima deste início positivo que o senador pretende fazer o convenci¬mento dos emedebistas. Esta vanta-gem nas pesquisas tem sensibiliza¬do a ala mais pragmática do partido.

Contratado pela Associação Co¬mercial, IndustrialeServiçosdeGoiâ¬nia (Acieg), o Instituto Serpes fez qua¬tro cenários de pesquisa estimulada, em dezembro do ano passado, e em todos eles o senador Ronaldo Caia-do lidera. A surpresa fica por conta a introdução do nome do ex-prefeito Otavio Lage, que aparece empatado tecnicamentecomovice-governador José Eliton, e quando analisado sepa¬radamente, aparece melhor avaliado.

Na primeira estimulada Caia¬do tem 39%, seus demais adversá¬rios somam 22,1%. Daniel Vilela tem 9%, José Eliton 4,8%, Otávio Lage, 3%, Djalma Rezende, 2,9%, José Vitti 2,4%. Votosnulos(16,8%), indecisos(16,5%) e brancos( 5,7%) somam 39%.

Noutro cenário, com apenas quatro candidatos, Caiado sobe para 42,5%, Daniel vai a 10,7%, Éli¬ton e Otávio ficam separados por apenas 0,7 ponto percentual, sendo que o vice-governador recebe 5,8% e o ex-prefeito 4,5%. Votos brancos, nulos, indecisos caem a 36,5%.

Na terceira estimulada, o nome de José Eliton é substituído pelo de Otávio Lage, que sobe para 6,5%, Caiado também cresce e vai a 43%, Daniel oscila a 10,9%, José Vitti che¬ga a 3,3% e os votos nulos, indeci-sos e abstenções ficam em 36,3%.

Na última estimulada, apenas três nomes são colocados: Caiado (44%), Daniel (12,1%) e José Eliton (6,2%). Brancos, nulos, indecisos: 37,7%.
No cenário com apenas os três candidatos já colocados, consi¬derando somente os votos váli¬dos, Caiado teria 79,62%, Daniel Vilela 19,42% e José Eliton 9,96%.

RENOVAÇÃO
Após as derrotas nas eleições de 2014 e 2018, cresceu no PMDB/ MDB o discurso da renovação. Uma ala do partido entende que o novo está representado pela candidatu¬ra do deputado federal Daniel Vile¬la, que atualmente é também o pre¬sidente regional do partido.

Outro segmento avalia que o MDB não deve arriscar e se pre¬ciso for, o partido deve abrir mão de indicar o candidato a governa¬dor e apoiar o nome que estiver melhor avaliado nas pesquisas.

A história recente mostra que o MDB não costuma definir de vés¬pera os seus candidatos ao gover¬no. Em 2010 o partido ficou pa¬ralisado até o último momento com a perspectiva de candidatu¬ra do então presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Na undécima hora o prefeito Iris Re¬zende desincompatibilizou-se do cargo, abrindo mão de dois anos de mandato e foi para a disputa, mas não teve êxito na campanha. Em 2014, nova divisão, desta feita entre os partidários do empresá¬rio José Batista Júnior, o Júnior Fri¬boi e do ex-prefeito Iris Rezende.

Ao final, valeu a ascendência de Iris sobre o partido, e mais uma vez ele foi o candidato a governa¬dor pela legenda, colhendo outro insucesso. Este ano de 2018 sinali¬za com mais uma disputa interna, onde pode prevalecer a tese reno¬vação ou o pragmatismo daqueles que acreditam que as pesquisas de hoje serão o resultado fiel das urnas.

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