Trabalhadores vinham de Minas Gerais

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Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE), resgatou em Itajá, cidade a 180 Km de Rio Verde, 19 pessoas em regime de trabalho escravo. A captura que contou com o apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar em Jataí, aconteceu após investigação iniciada no dia 12 de setembro, fruto de denúncias sobre o caso.

A vinda dos trabalhadores para Goiás acontecia por meio de aliciadores de mão de obra, conhecidos como "gatos", que os traziam irregularmente da cidade de Despacho, em Minas Gerais. Após chegarem em propriedade do distrito de Itajá, eles passavam a viver em fazendas carvoeiras com até sete mil hectares, onde também se realizava a pecuária, prática bastante comum na região, e que é a principal fonte privada de estímulo à economia do município.

No local onde era praticado o crime, os resgatados possuíam precárias condições de trabalho. Eles não recebiam materiais de segurança pessoal, pelo contrário, trabalhavam com o corte e a queima de eucaliptos vestidos apenas de bermudas e calçados com chinelos. Suas moradias eram acampamentos cobertos por lona. E por viverem no meio do cerrado, a água que bebiam não era potável, devido ao à restrição do lugar. Um filtro chegou a ser encontrado, mas estava sujo e em um local inapropriado. Esta situação aliada a condição desgastante de viver sob sol forte, calor intenso e trabalho pesado, renderam aos aliciados dores nas mãos, rins e coluna.

A prática desse crime se enquadra no artigo 149 do Código Penal por "Redução à condição análoga a de escravidão", e prevê a pena de 2 a 8 anos além de multa tanto para o fazendeiro quanto aos aliciadores.

Por fim os ficais lavraram cerca de 30 autos de infração contra os responsáveis da propriedade, que agora terão que pagar R$ 135 mil em verbas rescisórias além de encaminhar as vítimas de volta ao seu estado.

Por Dyego Queiroz - Especial para o Rio Verde Agora