Tenente-Coronel Ricardo Rocha livre

Ele afirma: “Estou apto a voltar”


Tenente-coronel da Polícia Militar, Ricardo Rocha foi solto do Centro de Custódia da Academia da PM, no Universitário, às 20 horas de ontem. Ele estava detido desde fevereiro em razão da Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga a existência de suposto grupo de extermínio na PM goiana. Ricardo passou quatro meses no presídio federal de segurança máxima em Campo Grande (MS), antes de voltar. Agora, solto, pensa em provar a inocência e diz que já está apto a voltar ao policiamento de rua, caso seja a ordem.

Ainda hoje, ele deve se encontrar com o comandante-geral da PM, coronel Edson Araújo. Ao sair, Rocha se mostrou resignado pelo fato de ter sido preso com outros 18 militares. “Sou cidadão de bem, que sempre lutou pela defesa da sociedade e já respondia por meus processos de confrontos em ocorrências. Não sou assassino e não existe grupo de extermínio na PM”, alegou. Segundo ele, a Sexto Mandamento se mostrou fracassada, já que até hoje nenhuma prova teria sido conseguida pela investigação. “Cadê as vítimas, cadê o cemitério com os corpos?”

Rocha também comentou a atitude de alguns militares que aplaudiram a chegada na Academia daqueles que estavam em Campo Grande. Segundo ele, o fato ocorreu porque os PMs “conhecem o trabalho e sabem que não havia bandido”.

Mostrando estar bem informado sobre a situação dos altos índices de violência em Goiás, Rocha comentou que a Sexto Mandamento desmotivou a tropa, mas que com o aumento da criminalidade foi preciso impor o discurso de uma polícia firme, “como eu sempre imaginei ser o ideal”, completou. Ricardo disse também que a volta da farda preta na Rotam é importante, mas que é importante lembrar que toda a PM foi atingida. “A Sexto Mandamento é uma ferida que ainda vai demorar para cicatrizar.”

Também ontem foram soltos mais cinco PMs: Lourival Torres, Francisco Emerson Leitão, Éderson Trindade, Wanderlei Ferreira e Gilson Cardoso. Agora, dos 19 PMs presos, apenas Geson Marques continua no Centro de Custódio da Academia.

Por Vandré Abreu – Publicado no Jornal O Hoje

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