Suspeitos de tráfico internacional têm nomes incluídos na lista da Interpol

Entre os acusados, dois já foram detidos em Rio Verde


A Justiça Federal do Tocantins autorizou a inclusão de nomes de suspeitos de tráfico internacional de drogas na lista de foragidos da Polícia Internacional (Interpol). O pedido foi feito pela Polícia Federal dentro da operação Flak, deflagrada nesta quinta-feira (21).

Os seis procurados foram colocados na 'difusão vermelha', como é chamada a lista. Caso tentem entrar em qualquer país que faz parte da organização usando os próprios passaportes, as autoridades locais deverão informar à Polícia Federal.

Veja quem são eles:

    • Raimundo Prado da Silva - Brasileiro, de 45 anos. Pelas informações mais recentes está morando no Suriname e auxiliando nas operações da quadrilha no país. Ele é acusado de fazer remessas para várias partes de mundo se aproveitando da proximidade geográfica do Suriname com países da Europa, África e América do Norte. É apontado com um dos principais colaboradores do grupo.
    • Dionathan Diogo Marques do Couto - Brasileiro, de 28 anos. É piloto e teria ajudado no transporte de grandes quantidades do cocaína. Em março de 2018 foi flagrado com um avião carregado com 488 quilos da droga no Suriname. Ele estava junto com Harti Luis Lang, outro suposto membro da quadrilha.
    • Harti Luis Lang - Brasileiro, 55 anos. Foi preso com drogas em aviões por duas vezes. A primeira no Suriname, junto com Dionathan Diogo Marques do Couto e a segunda dois meses depois em Rio Verde (GO), com Willy Norman Schaffer Buitrago. Ele é suspeito de contratar pilotos para o esquema. Para a PF, Lang tem vasta experiência no tráfico internacional de cocaína. Ele é investigado em outros processos criminais sobre o mesmo assunto.
    • Willy Norman Schaffer Buitrago - Tem nacionalidade alemã e colombiana e atualmente tem 33 anos. É piloto e chegou a ser preso com Harti Luis Lang durante um flagrante em Rio Verde (GO). A ultima localização conhecida dele é no Saara Oriental, país no norte da África.
    • Ruben Dario Lizcano Mogollon - Colombiano, de 46 anos. A polícia investiga atividades dele na fronteira do Brasil com o Paraguai e a relação delas com a quadrilha. Ele teria operado principalmente em Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este. Segundo o inquérito, chegou ao Brasil em 2017 para receber uma grande quantidade de dinheiro. Um dos contatos dele era com o piloto Cristiano Felipe Rocha Reis, sobrinho do homem apontado como chefe da quadrilha.
    • Milton Leyder Rosero Garcia - Colombiano, de 41 anos. A Polícia começou a investigar o papel dele no caso após ele participar em reuniões de supostos membros do grupo para acertar o pagamento de fretes. Os encontros foram em abril de 2018 nas cidades de São Paulo e Goiânia.


A quadrilha
A Polícia Federal acredita que a quadrilha atua há pelo menos 20 anos. Os primeiros indícios de atividade são de novembro de 1999. Naquele ano, João Soares Rocha, apontado como chefe do grupo, fechou uma parceria com Leonardo Dias de Mendonça para administrar a Fazenda Paranaíba, no Pará.

Três anos depois, a propriedade rural foi sequestrada pela Justiça. A acusação era de que Mendonça, então considerado um dos maiores traficantes do país, utilizava pistas de pouso clandestinas na região para o transporte das drogas. Uma das pistas seria na fazenda. O caso foi durante a operação Diamante, também da PF.

A esposa de João Soares Rocha conseguiu reaver a fazenda na Justiça em 2006 e o imóvel é utilizado pela família até hoje. Na época ela alegou ser a real proprietária da terra e desconhecer as atividades ilícitas.

Para a PF, a negociação entre Rocha e Mendonça em 1999 é um indício de que o grupo desarticulado nesta quinta já atuava no narcotráfico desde então.

A investigação
As investigações da Polícia Federal apontam que o grupo agia dividido em quatro núcleos. O primeiro era comandado por João Soares Rocha e tinha a função de gerenciar as operações de transporte e de distribuição de cocaína. Eles eram responsáveis pela comunicação com produtores e varejistas do tráfico, organização do transporte aéreo, recrutamento de pilotos e mecânicos para tarefas operacionais, definição das estratégias de fuga, seleção das pistas de pouso e pontos de apoio, além de outras funções gerenciais.

O segundo núcleo era composto de pilotos e ajudantes que prestam serviços regulares ao núcleo empresarial. Eles eram responsáveis pela condução das aeronaves adulteradas com drogas e dinheiro, além da elaboração de planos de voos irregulares, mapeando rotas para escapar do controle aeronáutico.

Mecânicos que adulteravam a estrutura dos aviões para prolongar a autonomia do voo integravam o terceiro núcleo. Eles também faziam manutenção das aeronaves e adulteravam os prefixos.

Os produtores ou compradores de cocaína, que contratam os serviços do núcleo logístico para o transporte e a distribuição da droga, são apontados pela PF como quarto núcleo.

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