Preso se passava por mulher, conseguia fotos íntimas e extorquia homens em Rio Verde

Reeducando cumpre pena por tráfico de drogas no presídio de Jataí, mas o caso é investigado pela Polícia Civil de Rio Verde, onde uma vítima registrou queixa


Um reeducando do presídio de Jataí, na região Sudoeste de Goiás, foi alvo, nesta quinta-feira (26), de um mandado de prisão preventiva por suspeita de extorquir vítimas que compartilharam fotos íntimas. Ordens de busca e apreensão também foram cumpridas nas casas de familiares do preso e de outros possíveis envolvidos. A ação foi realizada pela Polícia Civil de Rio Verde. 

O delegado Danilo Fabiano Carvalho de Oliveira contou que o crime começou a ser investigado há dois meses. Uma das vítimas procurou a delegacia e contou que havia enviado fotos íntimas para uma mulher, achando que ela era maior de idade. A partir disso começou a ser chantageado e estaria conversando, por mensagens, com um suposto delegado. 

Danilo conta que o golpe era estruturado em três partes. Na primeira etapa, o preso conseguia as fotos íntimas ou um diálogo comprometedor da vítima. Em seguida, suspeitos se passando por pais da menina ligavam para a vítima contando que ela tinha se envolvido com uma menor de idade e sugeriam um acordo, mediante o pagamento de um valor, para que o caso não fosse registrado na delegacia como pedofilia. “Em alguns casos a vítima pagava o valor e a chantagem continuava.”

Na segunda fase, um suposto advogado da família entrava, novamente, em contato com a vítima e exigia o pagamento de outro valor que seria utilizado para tratamento psicológico e outras despesas da menina, que teria ficado abalada com a situação. “Caso os valores não fossem pagos, eles afirmavam que iam divulgar as fotos íntimas para os familiares e amigos da vítima”, conta o delegado. 

Na terceira fase, o suspeito entrava em contato com a vítima e se apresentava como delegado. Ele contava que o caso tinha chegado à polícia e o melhor seria ele pagar o valor combinado. “Algumas vítimas achando que tinham cometido crime de pedofilia pagaram os valores e não registraram queixas. Alguns pagaram mais de uma vez. Identificamos vítimas de outros municípios goianos e de outros Estados”. 

Segundo Danilo, há de dez dias a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na cela do detento e lá apreenderam 11 celulares, que foram encaminhados para perícia. Nos outros locais, onde também foram cumpridas ordens, os policiais apreenderam várias comprovantes de depósitos, que variam de R$ 1mil a R$ 5 mil. A investigação apontou ainda que a maioria das vítimas são homens acima de 40 anos, que trabalham, alguns com família constituída e outros que estavam em busca de um relacionamento através das redes sociais.

De acordo com a Danilo, o reeducando, que cumpre pena por tráfico de drogas, ficou em silêncio durante o depoimento e as investigações continuam com o objetivo de identificar outros envolvidos e novas vítimas. 

Os suspeitos podem responder por extorsão com pena de até 10 anos e associação criminosa com pena de até 3 anos.

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