Polícia suspeita que mulher forjou o próprio sequestro para tentar receber R$ 100 mil

A acusada, que está presa, também é suspeita de tentar matar o suposto sequestrador, pois ele levou um tiro no rosto durante a ação


A motorista de 26 anos que está presa suspeita de forjar o próprio sequestro montou a farsa para lucrar R$ 100 mil, segundo aponta a investigação da Polícia Civil. Ela também é suspeita de tentar matar o suposto sequestrador em Rio Verde, no sudoeste goiano.

“Pelas investigações, eles solicitariam R$ 100 mil de resgate, que seria dividida entre os dois e, para garantir, ela esconderia esse dinheiro e usaria uma maleta onde colocaria fogo em parte do dinheiro, com papel embaixo, pra que todos achassem que o dinheiro seria queimado e isso seria uma transmissão ao vivo”, disse a delegada delegada Taísa Antonello.

A advogada Wdineia Oliveira, que representa a mulher, disse, por meio de nota, que "por questões éticas, se abstém de adiantar o teor dos depoimento dos acusados". Ainda conforme o texto, "qualquer esclarecimento será feito após a manifestação do Ministério Público".

O caso aconteceu no último dia 8 e foi transmitido ao vivo em uma rede social. Segundo a Polícia Civil, no dia do suposto crime, a mulher disse que foi surpreendida pelo sequestrador quando abriu o portão, pois ele exigia dinheiro. Ela só foi libertada três horas depois, após os policiais levarem a mãe do rapaz e um advogado ao local.

De acordo com o que havia sido levantado, até então, a arma havia disparado acidentalmente quando o sequestrador ia se entregar. O rapaz foi baleado no rosto e teve de ser levado a um hospital na cidade para ser atendido.

Reviravolta
Conforme a Polícia Civil, após o depoimento do suposto sequestrador e a colheita de provas, a corporação levantou a suspeita de que o sequestro foi uma farsa. De acordo com a delegada, o principal ponto que causou estranheza foi o contato entre a motorista e o rapaz.

"Conseguimos provas que ela já tinha entrado em contato com ele há mais de uma semana, que ofereceria um trabalho para ele. Até então, segundo ele, ele não sabia que tipo de trabalho seria. Na segunda-feira, ela passou na casa dele, o levou para a casa dela, e deixou ele escondido embaixo de cama. Em seguida, eles saíram juntos para adquirir arma de fogo para que pudesse realizar serviço", relata a delegada.

De acordo com Taísa, há contradição no depoimento dos dois. "Ela afirma que havia contratado ele para poder dar um susto numa pessoa e ele fala que não, que já era toda a simulação do sequestro que estariam combinando. Ele, realmente, passa informações com riqueza de detalhes e muitas delas foram confirmadas", ressalta a delegada.

A motorista foi presa no sábado (13), na casa dela. Na ocasião, ela mudou a versão dada anteriormente. "Em duas vezes que esteve na delegacia, ela manteve a história que foi sequestrada. Após a prisão temporária, ela disse que tinha contratado ele", disse a delegada.

A polícia deve ouvir mais testemunhas ao longo da semana. O rapaz segue detido na Casa de Prisão Provisória de Rio Verde.

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