Polícia indicia empresário por compra de Porsche após receber R$ 18 milhões por engano de banco

Segundo polícia, Guilherme Moreira usou parte do dinheiro para adquirir o veículo de luxo. Instituição bancária afirmou que depósito ocorreu após falha no sistema. Pai e amiga também foram indiciados


A Polícia Civil indiciou o empresário Guilherme Moreira Estevam por três crimes pela aquisição de um Porsche após ele receber um depósito de R$ 18 milhões, por engano, em sua conta bancária, em Goiânia. O pai dele, Adalberto Estevam, e uma amiga, Natália Alves de Almeida Ferreira, também foram indiciados.

Segundo o relatório, assinado pelo delegado Kléber Toledo, Guilherme responderá por apropriação de coisa havida por erro, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Já Adalberto e Natália responderão somente por falsidade ideológica.

Transferências em 17 minutos
De acordo com as investigações, por uma falha de sistema, o banco depositou valores milionários nas contas de vários clientes, dentre eles, a de uma empresa pertencente a Guilherme, que é dono de um restaurante em Goiânia.

Consta no indiciamento que, tão logo recebeu o crédito de R$ 18.666.000,90, em dezembro do ano passado, Guilherme realizou, em apenas 17 minutos, cinco transferências, que no total somaram mais de R$ 1,1 milhão.

As duas primeiras para outra conta de sua empresa e para uma conta do pai. Depois, para uma empresa de construção civil e para uma empresa de calhas. Todas elas foram bloqueadas.

Somente a última, no valor de R$ 280 mil, não teve como ser bloqueada. Segundo a polícia, o valor é referente a parte do montante para a aquisição do Porsche.

O documento relata que o empresário, em depoimento, alegou que gastou o dinheiro por acreditar se tratar de valores que já vislumbrava receber pela venda de parte do restaurante. Porém, conforme a polícia, os valores citados não batem.

Guilherme alegou que previa receber R$ 1,4 milhão com o negócio. No entanto, o sócio afirmou que adquiriu parte do estabelecimento no valor de R$ 660 mil.

Indiciamentos
O delegado explicou porque enquadrou Guilherme em cada um dos crimes.

"Por apropriação de coisa havida por erro, uma vez que se apropriou de um dinheiro que ingressou na conta bancária da empresa dele por uma falha no sistema de conciliação de vendas a cartões do banco", pontua.

"Ele foi indiciado também pelo crime de lavagem de dinheiro, uma vez que, ao adquirir o veículo, ele tentou dar um ar de licitude, dar aparência lícita a algo que ele havia adquirido de maneira ilícita", completou.

Por fim, ele foi indiciado por falsidade ideológica por induzir Natália, que era sua amiga, a registrar o veículo em seu nome. Ela também responderá pelo mesmo crime.

Além disso, de acordo com o delegado, o pai de Guilherme, Adalberto, também foi indiciado por falsidade ideológica "porque duas empresas pertencentes ao Guilherme, na realidade, estavam com contrato social em nome do pai dele".

Toledo destacou que o veículo foi sequestrado pela Justiça. "Se eventualmente, os indiciados forem condenados na Justiça, o veículo pode ser levado a leilão e o banco ser ressarcido do prejuízo", afirma.

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