Jovem relata que suspeita de forjar sequestro lhe ofereceu R$ 50 mil por participação

Segundo delegado, mulher disse ao rapaz que lucraria R$ 100 mil e daria metade a ele. Ambos estão presos. Vídeo mostra jovem dando detalhes sobre planejamento da ação


O jovem que participou de um suposto sequestro em Rio Verde, região sudoeste de Goiás, prestou depoimento sobre o caso e contou detalhes de como a suposta vítima, Herlandia Nunes Rodrigues, de 26 anos, teria planejado a ação. Ambos estão presos. Segundo a Polícia Civil, Mateus Campos Oliveira, de 21, afirmou que os dois dividiriam um valor de R$ 100 mil, que seria obtido com a farsa.

"Segundo ele, a mulher afirmou que tinha uma pessoa 'forte' que, ao vê-la na televisão, pagaria um resgate de R$ 100 mil e ele ficariam com a metade, ou seja, R$ 50 mil", disse o delegado regional de Rio Verde, Danilo Fabiano Oliveira.

A advogada de Herlandia disse que só vai se manifestar após formalização da acusação pelo Ministério Público. 

Em um vídeo feito pela Polícia Civil durante o depoimento (veja acima), o rapaz contou ainda que a Herlandia tinha mostrado onde guardaria o dinheiro e que pretendia pôr fogo em papeis para simular que iria incendiar o dinheiro.

"Ela abriu o forno, que estava desparafusado. Ela abriu e falou 'aqui vai ser onde eu vou pôr o dinheiro’. Foi lá e me mostrou a mala onde ela ia pôr fogo com os papéis dentro, cortados em formato de nota de R$ 100", afirmou.

O jovem afirmou também que os dois saíram juntos para comprar a arma e que depois ela explicou todo o plano "em detalhes".

"Ela entrou como se nada tivesse acontecendo, na casa do pai dela, abriu o quarto, abriu a janela e falou para mim: 'Olha, vai para o corredor e vai lá para o fundo. Eu pulei a janela e fui lá para o fundo. Chegou na casa dela ela começou a contar umas coisas em detalhes, como é que ia ser, que ela tinha planejado tudo", revela.

O caso aconteceu no último dia 8 e foi transmitido ao vivo em uma rede social. 

Versão da mulher
Em seu depoimento à polícia, Herlandia, que está presa, disse que contratou Mateus para dar um 'susto' em uma jovem que estaria ofendendo o pai dela. Para ele, ela pagaria R$ 1 mil mais uma arma.

Após 3h de transmissão, o rapaz se entregou. Na saída, ele foi ferido com um tiro no rosto. Na versão dela, o disparo teria sido acidental. Porém, a polícia acredita que ela tenha atirado.

Por isso, a mulher foi presa por tentativa de homicídio e falsa comunicação de crime.

Reconstituição
De acordo com o delegado regional de Rio Verde, Danilo Fabiano, uma reconstituição será realizada na quarta-feira (17) para dar mais robustez ao inquérito. Os dois serão levados ao local, mas podem optar por participar ou não.

"Pelos elementos de prova já trazidos ao inquérito, tem a comprovação que se tratou de uma simulação desse falso sequestro, estamos realizando outras diligências, entre elas, a reconstituição do local dos fatos para que a gente possa trazer todas as provas possíveis para que a gente possa apresenta ruma conclusão ao Poder Judiciário sobre essa simulação, esse falso sequestro", afirma.
O delegado acredita que a atitude de Herlandia tinha como intuito apenas "chamar a atenção".

"O propósito da Herlandia nessa simulação foi chamar atenção principalmente da mídia, uma vez que segundo informações do suposto sequestrador, ele teria que manter o sequestro até o dia seguinte, mas desistiu. Segundo ele, ela tentou mata-lo. Ele teria sido atraído por esse falso sequestro com o objetivo de ter uma vantagem financeira, que seria um resgate que seria pedido e teria parte desse montante", salienta.

Herlandia já tem passagem pela polícia quando tinha 17 anos, por ato infracional análogo a homicídio. Na ocasião, conforme a polícia, ela ajudou a matar o cunhado.

"Em 2010, ela foi condenada, quando ainda era menor, juntamente com a outra maior, sua irmã, por ter praticado um crime de homicídio por envenenamento. Foi condenada a medida socioeducativa", afirma.

G1

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