Comandante da PM quer mais policiais nas ruas

Para o Coronel da PM Sílvio Benedito Alves, comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, só com o aumento do efetivo será possível combater a criminalidade


Há 27 anos atuando na Polícia Militar, o coronel Sílvio Benedito Alves (foto) assume pela primeira vez o comando-geral da instituição. Trazendo à chefia da PM um perfil operacional, construído com um histórico de trabalho nas ruas, o goianiense de 46 anos fala ao Rio Verde Agora sobre os desafios trazidos pelo novo cargo e ações imediatas no combate à criminalidade no Estado. Ele assume a instituição com o desafio de superar o número de PMs e disseminar o policiamento comunitário. Desde 1985 na PM, o coronel já comandou o 8º Batalhão de Polícia Militar, ocupou as funções de corregedor, chefe da PM-2 (seção de inteligência) e foi um dos responsáveis pela implantação da Polícia Comunitária em Goiás.

O senhor está há 27 anos servindo a Polícia Militar. Como o senhor recebeu o convite para ser o novo comandante da PM?
Coronel Sílvio Benedito Alves (foto) – Eu recebi o convite do governador Marconi  Perillo e do secretário Joaquim Mesquita com muito orgulho, com muita satisfação. Todo oficial sonha em um dia ser coronel e mais ainda ser comandante de uma corporação como a Polícia Militar, uma instituição sesquicentenária, nós vamos completar dia 28 de julho deste ano 155 anos de relevantes serviços prestados à sociedade goiana. Estou assim muito motivado, muito animado. Eu sou um homem de tropa, sempre trabalhei ao lado dos policiais nas ruas, com certeza haveremos de fazer um comando muito profícuo, muito realizador e exitoso.

O senhor deve adotar um perfil diferente do antigo comando? Quais principais pontos de mudança?
Coronel Sílvio Benedito Alves – O coronel Edson é um baluarte da corporação. Foi comandante duas vezes da nossa corporação, comandou da Força Nacional, presidente nacional dos comandantes gerais... Mas cada comandante tem seu perfil e sua filosofia de comando. E nós procuraremos implementar a nossa filosofia, que é uma filosofia de polícia ostensiva, preventiva, dura, firme contra a bandidagem, contra a criminalidade. E também uma filosofia de uma polícia comunitária, uma polícia cidadã, que respeita os direitos humanos, que dignifica a pessoa humana, que apoia a sociedade de bem.

Em relação a essa questão da polícia comunitária, o senhor foi um dos idealizadores. Seu comando vai seguir essa linha? Por que?
Coronel Sílvio Benedito Alves – No ano de 2006, também na gestão do governador Marconi Perillo, nós fizemos um projeto piloto ali na Região Leste de Goiânia: na Vila Pedroso e mais 60 bairros. Naquele ano nós recebemos o prêmio do Ministério da Justiça e da Motorolla do Brasil como melhor experiência de polícia comunitária do Brasil. Nós concorremos com 28 projetos das Polícias Civis, Polícias Militares e Corpo de Bombeiros do Brasil todo, e nós logramos naquela época o primeiro lugar. O que demonstrou isso? Essa é uma filosofia aproxima o policial militar da sociedade de bem, é uma filosofia que mostra o policial que mora no bairro, que já conhece os comerciantes. Então, a gente vai procurar, e isso demanda tempo é claro, ir implantando essa nova filosofia com os comandantes dos batalhões, de companhias, os coronéis e comandantes regionais.

Haverá troca na chefia das unidades?
Coronel Sílvio Benedito Alves – O governador e o secretário nos deram carta branca para fazer as movimentações necessárias, porque nós temos que cumprir metas. Metas de redução de índices de criminalidade. Então haverá algumas mudanças pontuais, devagar também, sem nenhum exagero, mas com certeza haverá mudanças sim. O coronel Juraí Alves de Sousa, que era chefe do Estado Maior, assume como subcomandante. O coronel Victor Dragalzew Júnior que está vindo, da nossa 5ª Regional que era o Entorno de Brasília, para ser nosso chefe do Estado Maior. A partir de terça-feira estaremos, juntamente com todo nosso staff, fazendo as mudanças que acharmos necessárias.

Em Aparecida de Goiânia, local em que esteve na chefia por quase dois anos, o senhor firmou inúmeras parcerias com outros segmentos. O senhor irá continuar essa parceria em âmbito estadual? Qual a importância disso?
Coronel Sílvio Benedito Alves – Com certeza. Nós sempre acreditamos que a questão da segurança pública não passa só por uma situação de polícia, seja ela de Polícia Militar ou Polícia Civil, mas sim tem que haver o envolvimento de todos: segmentos organizados como Rotary, maçonaria, Associação Industrial e Comercial, a Federação de Agricultura, líderes comunitários, conselheiros comunitários, presidentes de associação de bairros, os órgãos de vigilância... Com certeza a gente vai visitar cada instituição solicitando essa parceria. Porque o nosso inimigo é um só: é o criminoso que está ai tentando furtar/roubar o patrimônio das pessoas ou ceifar suas vidas.

Quais os principais desafios desse novo cargo?
Coronel Sílvio Benedito Alves – O desafio, e aí o governador e o secretário já estão nos auxiliando e agilizando isso, é a questão de efetivo, mas estamos com um concurso em andamento de 1.180 policiais militares. E agora, para a nossa satisfação, receberemos imediatamente 1,3 mil policiais militares egressos do serviço militar das Forças Armadas. Com certeza a gente estará ai com apoio bem maior de efetivo.

Há alguma nova estratégia que o senhor deve adotar inicialmente para superar esses desafios e reduzir a criminalidade?
Coronel Sílvio Benedito Alves – A partir da terça-feira agora o expediente administrativo na Polícia Militar nas regionais de Goiânia, Aparecida, Luziânia, Anápolis, será só pela parte da manhã e os policiais à tarde e à noite estarão nas ruas. Também já determinei ao comandante da Academia de Polícia Militar, que os alunos que lá estão fazendo curso, são cerca de 900 alunos, estudarão de manhã e estarão à disposição do serviço de policiamento à tarde e à noite.

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