Bandidagem diversifica golpes em Goiás

Falso sequestro, achadinho, consignado e sorteio são algumas modalidades. Delegacia do Consumidor dá dicas sobre como evitar ação de estelionatários.


A cada dia, aparece um tipo de golpe diferente em Goiás, seja para tirar dinheiro de alguém mais distraído ou mesmo para roubar usando documentos falsos. O alerta é da Polícia Civil, que avisa: qualquer um pode cair na lábia dos estelionatários. Reportagem da TV Anhanguera registrou, em cidades do interior e na capital, como estão sendo aplicados esses golpes.

Anápolis
Em Anápolis, a 55 km de Goiânia, o golpe que tem chamado a atenção é o do falso sequestro. Tudo começa com um telefonema e funciona da seguinte forma: os bandidos ligam para a vítima, dizem que sequestraram algum parente e exigem um resgate.

A família Menezes conta que passou por um dos dias mais angustiantes quando recebeu um telefonema dizendo que a filha do casal tinha sido sequestrada e pedindo um resgate no valor de R$ 2 mil. A vizinha da família entrou em contato com a polícia, mas mesmo assim, a família depositou R$ 600 para os bandidos. A polícia chegou a bloquear o dinheiro, mas não conseguiu identificar os bandidos.

Itumbiara
No sul do estado, o golpe foi com um dono de restaurante da cidade. Uma empresa de São Paulo entrou em contato com Fábio Tiburcio da Silva por telefone oferecendo uma proposta publicitária. O empresário teria de pagar 12 parcela de R$ 385 para ter o nome da empresa publicado em listas telefônicasque circulam pelo Brasil inteiro durante quatro anos.

“A pessoa me disse que precisaria confirmar o meu endereço para me mandar a lista e disse também que me enviaria um fax para eu assinar e devolver”, conta o empresário.

Quando percebeu que se tratava de um golpe, ele procurou ajuda: “Primeiramente, eu fui até a Polícia Civil e fiz o boletim de ocorrência. Depois, fui ao Procon e não paguei nada”.

Luziânia
Em Luziânia, no Entorno do DF, o golpe mais aplicado é o do parente. A professora Maria Júlia Soares conta que recebeu um telefonema de um homem que se passava por sobrinho dela pedindo dinheiro para pagar um mecânico por conta de um problema no carro durante uma viagem entre Fortaleza e Luziânia.

“Minha irmã acreditou e já foi logo entregando o nome do sobrinho nosso, que de fato mora em Fortaleza”, diz a professora.

Então, Maria Júlia ligou para a mãe do sobrinho, que disse que o jovem estava na cidade. “Eu fico até com um pouco de vergonha de contar, porque ela já tinha depositado R$ 270 na conta deles. Ela ficou assustada demais, foi horrível”.

Jataí
A promessa era ganhar um carro zero e mais R$ 30 mil em dinheiro. Foi assim que a professora Rosenne Daizy quase caiu no golpe do sorteio, aplicado em Jataí, no sudeste de Goiás. A mensagem dizendo que ela tinha sido contemplada chegou por celular.

Então, a professora chegou a ligar em um telefone de São Paulo e, só depois de várias tentativas, ela descobriu que se tratava de um golpe.

“Eu comecei a pensar que era um golpe, porque se eu tivesse ganhado mesmo eles ligariam e não passariam mensagem”, afirma a professora.

Rio Verde

Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, o que está dando trabalho para a polícia é o golpe do achadinho. A ação acontece na porta dos bancos. Do lado de fora da agência, os golpistas observam a movimentação e escolhem a vítima. Um dos criminosos deixa cair propositalmente um cheque, a vítima então pega o cheque e entrega para o suposto dono. Os golpistas oferecem uma recompensa e convidam a vítima para ir até uma loja. Enquanto a pessoa escolhe um presente, os estelionatários aproveitam para roubar a bolsa com o dinheiro sacado.

“São pessoas que falam com muita fluência e trabalham com o lado psicológico das pessoas”, explica o major Geovaldo de Moura.

Goiânia
Na capital, o aposentado Aroldo de Souza Bastos foi vítima do golpe do consignado. Mesmo não tendo feito empréstimo, ele conta que a cobrança cai todo mês na conta bancária. O aposentado conta que já procurou a polícia, o Instituo Nacional do Seguro Social (INSS) e o banco que teria feito o empréstimo, mas segundo ele nada ainda foi resolvido.

O INSS informou que o aposentado deve procurar a agência onde é mantido o benefício e pedir o cancelamento do empréstimo. O serviço de atendimento ao consumidor do banco que teria autorizado o empréstimo informou que as informações sobre este assunto são repassadas somente ao cliente.

Dicas
Para ajudar a não cair em golpes como estes, a Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decom), dá algumas dicas:
1 – Não negocie com desconhecidos.
2 – Ter sempre cuidados com os documentos pessoais; nunca oferecer números a pessoas desconhecidas.
3 – Ao contratar empréstimo, pedir para liberar o dinheiro na própria conta.
4 – Não fazer cadastro pessoal em lugares desconhecidos.
5 – Ter atenção e verificar se a empresa a manter negócio é responsável.

Fonte: G1

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