A geração mouse

Caroline Arcari fala sobre cultura e sexualidade


No mundo moderno, o uso da Internet por crianças e jovens já não se trata mais de modismo ou prazer. É uma necessidade. Embora navegar seja preciso, algumas armadilhas desse fantástico mundo da tecnologia podem prejudicar o desenvolvimento das crianças e adolescentes e colocá-los em sérios riscos. Conversas de teor sexual com adultos e até mesmo envolvimento com pedófilos, acesso a sites de conteúdo impróprio ou ilegal, fornecimento de informações pessoais a criminosos ou seqüestradores, envolvimento com membros de seitas, gangues ou grupos radicais são alguns dos perigos da navegação sem monitoramento.

Uma pesquisa realizada pela Módulo Security, uma empresa de segurança da informação, constatou que 37,25% dos pais de adolescentes (de 10 a 14 anos) nunca conversou com seus filhos sobre os riscos da internet. A educação para navegação tem sido negligenciada. Um estudo realizado pela Universidade de Toronto revelou que a tecnologia virtual está sendo usada pelas crianças e adolescentes para intimidar colegas. Assim, coisas que não diriam face-a-face, são ditas por e-mail ou pelo msn. Além disso, este estudo apontou que as crianças que sofrem com os ataques virtuais dos colegas não conversam com os pais sobre isso, com medo de ficarem sem acesso ao computador.

Assim como as crianças aprendem sobre boas maneiras, higiene, respeito à natureza, amarrar sapatos, devem aprender a usar a internet com cautela, dentro dos limites estabelecidos pelos pais. Manter o computador em uma área comum da casa, como escritório ou a sala (jamais no quarto da criança), é uma boa medida de prevenção. Outra tarefa essencial dos pais e educadores é saber navegar na internet e utilizar as ferramentas que ela fornece. Conhecimentos básicos de como funciona o e-mail, o msn, as salas de pate-papo, o orkut são fundamentais para acompanhar e detectar qualquer atividade suspeita, ilegal ou ações de risco.
 
As famílias e escolas também podem optar por programas que têm o objetivo de filtrar e bloquear sites, como o Cyber Patrol (www.cyberpatrol.com), o The Family Browser (www.thefamilybrowser.com) ou o Net Nanny (www.netnanny.com). Alguns têm download gratuito.  Outra opção é configurar o Internet Explorer para bloquear a exibição de sites para maiores. Para isso, é só acessar o menu Ferramentas, clicar em Opções de Internet e ativar o Supervisor de Conteúdo, no item Conteúdo. Seja qual for o mecanismo externo que possa auxiliar na questão de limites frente à internet, os responsáveis devem assumir a tarefa de designar o que é bom ou nocivo aos pequenos.
 
Um ditado popular diz que a dose é a distância que separa o remédio do veneno. Esta analogia reflete a utilização da Internet, de modo que a dose deverá sempre ser prescrita e ministrada por pais ou responsáveis.

Por Caroline Arcari – publicado em www.edusex.com.br

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