Mulheres divididas entre os filhos e o trabalho

A cada dia que passa, as mulheres ficam mais tempo fora de casa


Dividida entre as funções de mãe, esposa e dona de casa, hoje muitas mulheres possuem trabalho próprio e tem que conciliar essas funções passando maior parte do tempo fora de casa e longe dos filhos.

Como exemplo, falaremos um pouco da rotina de quatro “supermulheres”. Regina de Souza é casada, tem três filhos, de 23 anos, de 19 e um de 13. Hoje ela trabalha oito horas por dia no departamento financeiro de uma loja, em seu horário de almoço atua como radialista e a noite faz faculdade.

Souza sempre trabalhou fora e afirma que a vida nunca lhe deu moleza. “Quando meus filhos eram pequenos ficavam em uma creche para que eu pudesse trabalhar, sempre com muitas dificuldades, mas graças a Deus nunca deixei a desejar em nada, sempre consegui conciliar várias funções”, contou.

Ela explica que não consegue se ver fora do mercado de trabalho e que considera administrar bem o tempo para conseguir trabalhar, estudar e cuidar da família. “Hoje meus filhos já estão criados, eles passaram por fases de cobrar mais atenção, mas são ótimos meninos, me vejo como uma boa mãe, sempre que posso saímos juntos. Sou evangélica, por isso procuro criá-los no caminho do Senhor Jesus, sou rígida, mas sei resolver e até mesmo ceder quando necessário”, explicou Regina de Souza.

Giovana Dourado é jornalista, têm dois filhos, um menino de três anos e meio e uma menina de um ano e dois meses. Ela diz que sempre teve vontade de ser mãe, “o que é natural de cada mulher”, segundo Dourado.

Antes de engravidar a jornalista tinha dois empregos, mas mesmo quando soube que iria ter seu primeiro filho não pensou em parar de trabalhar. “Como tinha dois empregos, o que fiz foi abrir mão de um deles”, salientou.

Dourado ainda revela que o mais difícil em ser mãe e trabalhar fora é ouvir: “Não vai trabalhar não mamãe”. E para superar as dificuldades, ela destaca que sugestões são bem vindas, seja por livros, orientações de pediatra e psicólogo, pensando na questão comportamental de suas crianças. “Como mãe, sou mãe linha dura. Apesar de trabalhar fora acredito que não importa o tempo que estou longe deles, e sim como aproveito o tempo que posso ficar com eles, tratando com amor sem permitir tudo”, garantiu sobre os filhos.

Por trabalhar muito Giovana Dourado, explica que seu filho ficou em uma escolinha desde os 5 meses e sua filha a partir dos 6 meses. “Confio nas pessoas com quem eles ficam, principalmente pela escolinha ser um local com muitas crianças. Apesar disso ainda tenho receio principalmente com as pessoas da família, sobre o conflito de autoridade, sempre falo que quem deve educar os filhos são os pais”, confidenciou.


Assim como Giovana, a assessora de imprensa Khárita Rejane Silva se desdobra entre o trabalho e cuidar de sua filha Maria Eduarda que tem apenas 10 meses. “Sempre trabalhei, minha gravidez foi muito esperada e planejada. Depois que minha filha nasceu e tive que retornar à antiga rotina pensei em parar de trabalhar, mas, com o passar do tempo, fui me acostumando com a ideia e como tenho uma pessoa de confiança para cuidar da Maria Eduarda, acabei optando por continuar trabalhando, até porque assim poderei dar mais conforto a ela”, garantiu.

Conforme Silva, a filha é sua maior alegria e não dá para descrever a felicidade de voltar para casa ao final do dia. “Tive a oportunidade de ler muitos livros sobre a maternidade durante minha gravidez e até hoje procuro me informar ao máximo sobre o assunto. Sei que temos que aproveitar ao máximo o tempo que estamos com nossos filhos, entretanto, sei também que não podemos deixar os limites da educação de lado, só porque não estamos com eles em tempo integral”, declarou.
Khárita Rejane acrescentou: “Ela ainda é muito pequena, mas sei que se tiver que chamar a atenção dela ou explicar algo não vou deixar de fazê-lo só porque estive ausente. É um cuidado que eu tenho. Eu e meu marido conversamos muito sobre isso, para errar o mínimo possível na educação dela”, concluiu.

Diferente da assessora de imprensa, Cristina Pereira abriu mão do trabalho como web designer e dos estudos quando teve o filho. Ela conta que ficou muito feliz quando soube que estava grávida, chorou e começou a imaginar como seria o futuro. “Quando terminei minha licença maternidade conversei com meu esposo e decidimos que eu iria ficar em casa pelo menos nos dois primeiros anos para acompanhar o desenvolvimento e educação do meu filho. Se necessário faria tudo novamente, não teria coragem de deixá-lo com ninguém”, afirmou Pereira.

Sobre essa rotina agitada entre mães e filhos, a mestre em psicologia Elquissana Quirino dos Santos destaca que o vinculo materno é muito forte, mas a mãe tem que ter consciência e prezar por um tempo gasto com o filho com qualidade, promovendo interação familiar, olho no olho, para que a criança sinta-se confiante e segura.
Elquissana orienta às mamães, a além dos cuidados de rotina com atenção dobrada não perderem o controle sobre a vida dos filhos, buscando conhecer e conversar com eles. “A mãe trabalhar fora não é problema, principalmente no mundo que vivemos hoje, acredito que quanto mais os filhos tenham figuras de identificação, que trabalham, são honestos, prezam pelo correto é melhor para a formação de personalidade do jovem, pois cada dia aparecem mais profissões ilícitas que garantem um ganho financeiro maior do que o lícito”, esclareceu a psicóloga.

Já em relação a maneira que os pais querem educar os filhos mesmo na ausência, Santos explica que não é preciso estar perto para que a educação dos pais prevaleça, o que não pode acontecer é os pais passarem suas responsabilidades de educador para outras pessoas. “Quem ama cuida, disse Içami Tiba, com amor fica mais fácil proporcionar formas de atender todas as necessidades das crianças”, finalizou Elquissana dos Santos.

Por Jéssica Souto - Especial para o Rio Verde Agora

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