Gravidez na adolescência diminui em Goiás, mas ainda preocupa

Lei federal 13.798 instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência para promover ações de combate a esse grave problema de saúde pública. A semana deve ser realizada, anualmente, na semana que inclui o dia 1º de fevereiro


Um total de 13.646 meninas, com idade entre 10 e 19 anos, ficaram grávidas em Goiás, no ano de 2018. Esse número representa 2,40% das adolescentes do Estado, porcentual que diminuiu 2,89% nos últimos quatro anos, mas ainda representa risco à saúde pública.

Para combater essa situação, a Lei federal nº 13.798 instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que deve ser realizada anualmente, na semana que inclui o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez nessa faixa etária.

Os indicadores mostram queda, mas as diferenças regionais são bem evidentes, demonstrando a necessidade de um trabalho de prevenção intenso. “Nas regiões Nordeste 1 e 2 de Goiás, por exemplo, identificamos que em média 20% das gestantes têm idade entre 10 e 19 anos, aproximadamente o dobro do porcentual de outras regiões”, compara a coordenadora de Saúde do Adolescente e Pessoas em  Situação de Violência da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ana Maria Passos Soares.

A profissional avalia que a falta de orientação sexual na família e na escola resulta em adolescentes desinformados, provocando comportamentos de risco, que podem levar à gravidez não intencional, comprometendo os projetos de vida do jovem e gerando consequências negativas para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. “Evasão escolar, mortalidade materna, nascimento prematuro, aborto natural e ruptura do colo de útero são alguns dos riscos  da gravidez nessa fase da vida”, enumera Ana Maria.

Comportamento sexual
Fatores culturais, ambientais e sexuais relacionados ao adolescente influenciam diretamente a forma como ele lidará com seu comportamento sexual. “Entendemos o comportamento sexual do adolescente por meio do ambiente em que vive; suas atitudes são também determinadas pelos modelos existentes em suas vivências”, avalia a coordenadora.

A atenção à saúde do adolescente deve ser integral, com prioridade à prevenção e intersetorialidade, em parcerias com a educação, cultura, esporte lazer e demais setores envolvidos com esse grupo etário. “Quanto mais cedo o adolescente entrar na puberdade, mais cedo acontecerá seu amadurecimento biológico, o que não necessariamente coincide com o desenvolvimento emocional e cognitivo; e isso constitui, portanto, fator de risco para uma iniciação sexual prematura e suas negativas consequências como a gravidez não planejada”, afirma.

A SES busca a qualificação da atenção em saúde à população adolescente com ações que visem à implantação da Política Estadual de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes. A meta é reduzir em 1% a proporção de gravidez na adolescência, em 2019.

Direito sexual e reprodutivo
As ações enfocam  o direito sexual e reprodutivo, reforçando a prevenção da gravidez na adolescência, das infecções sexualmente transmissíveis, inserção de DIU pós-parto e formação de equipes multidisciplinares para desenvolverem abordagens que desconstruam tabus e preconceitos. Além disso, busca-se utilizar a educação complementar (esportes, lazer e cultura) como espaços de aprendizagem da qualidade de vida e de construções socioculturais que ampliem vivências e perspectivas para a população adolescente.

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