Direitos iguais, mas com gentilezas

Mulheres ainda esperam iniciativa dos homens


Alguns anos atrás, a vida das mulheres era apenas serem dona de casa, e esposas exemplares. Mas atualmente com o passar do tempo isso vem mudando. Algumas delas começam a assumirem o mercado de trabalho e competirem com os homens, mas ainda não tomam a iniciativa nos relacionamentos.

Náira Penteado, estudante do 6º período de jornalismo, nunca chegou a um homem, e que nem olha “Às vezes os meninos me acham meio metida, mas é porque sou tímida mesmo, nunca tomei iniciativa. E acho difícil eu tomar algum dia. O homem que tem que chegar, assim é natural”, desabafou.

 Já Nathália Silva, também estudante de jornalismo do 5º período, diz que já chamou um homem para sair uma vez, mas ele dava sinais que estava interessado, mas ainda prefere á moda antiga “Já chamei para sair uma vez. Porque ele era muito tímido e extrovertido. Mas só tomei a iniciativa porque ele demonstrou interesse e comentou com uns conhecidos meus. Só que sou à moda antiga e prefiro que o homem tenha a iniciativa, que faça galanteios, que tente me conquistar”, justifica.

Ela acrescenta que acha correto uma mulher tomar a iniciativa no relacionamento “Acho que não pode definir como sendo certo o homem iniciar uma paquera e errado a mulher não fazer. O momento, a situação, é que vão dar o rumo para que um ou outro tenha a iniciativa”.

Mas infelizmente ainda existem muitos preconceitos, Silva acrescenta ainda que existam mulheres que passam dos limites “Tem mulheres querendo competir com os homens na “safadeza” e até sendo melhores que eles. Então elas passam do limite de paquera e conquista, e se tornam vulgares. Nada de contato físico, como já chegar beijando. No máximo chamar para sair e trocar SMS”, explica.

Alguns casos tomar a iniciativa tornou um benefício quem garante é Renata Fran, administradora de empresas, foi radical e pediu o noivo em casamento “Sempre fui quieta, na minha sabe? Não sei o que aconteceu que do nada resolvi colocar meu futuro noivo na parede, mais funcionou, estamos de casamento marcado”, comemora.
Ela acrescenta ainda que é bobeira a mulher deixar de dizer o que realmente está sentindo. “No meu caso, vi que eu estava pronta para assumir um compromisso mais sério, e ele também. Estamos bem financeiramente, e temos quatro anos de namoro. Então porque não casar? Por esses motivos eu o pedi em casamento e não me arrependo”, ressalta.

Já Guilherme Paiva, auxiliar administrativo, e noivo de Fran diz admirar a sua futura esposa por ter tomado essa iniciativa, pois é um diferencial entre as mulheres e as tornam corajosas e decididas “Quando ela me pediu em casamento eu assustei na hora, claro, confesso. Mas na hora, eu vi que eu tinha uma mulher especial, decidida e corajosa para passar o resto da minha vida”, diz emocionado.

Hoje as mulheres estão tomando conta do espaço dos homens
Segundo a psicóloga Kátia Beal, especialista em Relacionamentos, as mulheres estão sim, tomando conta do mercado de trabalho e competindo com os homens, mas na questão amorosa, a maioria não gosta de tomar a iniciativa em um relacionamento, acontece por questões culturais, que por mais que as mulheres tenham se tornado mais independentes, ainda permanece no inconsciente o desejo de ser conquistada. “É algo inerente à natureza feminina, resultado da criação e dos valores transmitidos de pais para filhos. A mulher ainda é vista como uma pessoa pura, meiga e que precisa ser cortejada. Isso de certa forma faz com que se mantenha aquela sensação gostosa da paquera, da conquista, do jogo de sedução, da paixão”, afirma.

Acrescenta ainda que não é errado a mulher chegar no homem, aliás, deve. “Pra que esperar pelo outro para realizar suas vontades? Pra que depositar no outro a responsabilidade pelas suas escolhas e pela sua felicidade? Tem que ir em frente sim”, diz.

Algumas pessoas (heterossexuais) podem se sentir ofendido se uma pessoa do mesmo sexo mostra interesse. “Nessas ocasiões o que vale é ser educado e gentil e falar que não está afim, que não é a sua praia, mas que respeita e pronto. O respeito à individualidade e às escolhas é bom em todas as situações”, explica Beal.

Muitas mulheres correm para livros de dicas de como chegar em um homem, mas será se eles realmente funcionam? Sim e não, segundo a psicóloga. “Eles podem funcionar como uma ajuda, mas os relacionamentos não são receita de bolo. Cada pessoa envolvida em uma relação, cada namoro, cada casamento, cada paquera é diferente”.

Dependendo do caso, isso pode se tornar uma obsessão. Alguns “manuais” oferecem fórmulas e receitas, mas elas podem funcionar temporariamente ou como uma fonte de motivação, e poderá futuramente acarretar problemas, o certo é procurar um especialista. “Se a pessoa estiver passando por um problema seja de relacionamento ou emocional como ciúme, por exemplo, o ideal é que procure um especialista para identificar as causas e propor intervenções. Os livros e manuais de auto-ajuda são interessantes, mas trazem propostas momentâneas, para uma mudança efetiva a dica é sempre investir num profissional”, finaliza Beal.

Por Eline Cruz - Especial para o Rio Verde Agora

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