Como um homem se torna PAI?

As mudanças na construção da paternidade


A ocasião do Dia dos Pais é uma excelente oportunidade para refletir um pouco sobre essa figura tão importante na criação e educação de um filho.

Ao longo dos tempos, a figura do pai foi se modificando. Essa transformação ocorreu de maneira progressiva, fazendo com que os pais deixassem de ser vistos apenas com o poder de autoridade e de masculinidade na identificação sexual dos filhos, mas começassem aos poucos a participar das atividades de cuidado dos pequenos, demonstrando mais a sua sensibilidade e afetividade.

Atualmente, observamos nos consultórios médicos um número bastante expressivo de futuros papais ao lado de suas companheiras nos exames para acompanhamento da gestação. O pai tem participado mais efetivamente desse momento, tendo oportunidade de experimentar sentimentos até então vivenciados apenas pela mulher. Sabemos que a participação e o apoio do pai, sobretudo o apoio emocional é muito importante tanto para a mãe como para o bebê.

Hoje em dia, percebemos que a figura masculina está construindo sua paternidade de uma maneira cada vez mais envolvida e participativa, sobretudo com os cuidados básicos como trocar fraldas, dar banho colocar para dormir ou preparar a mamadeira. Esses cuidados se estendem para a educação dos filhos e preocupação com o futuro.

Essas mudanças foram provocadas, principalmente, pela entrada da mulher no mercado de trabalho, que proporcionou mudanças nos papéis familiares, igualando homens e mulheres e dividindo as funções.

Uma dessas mudanças é que hoje os pais parecem ter compreendido que é importante investir na qualidade do tempo que se passa com os filhos. Muitas mães ainda preferem dedicar-se por um tempo à família e somente depois de os filhos ingressarem na escola elas retornam ao trabalho. Os pais, por sua vez, ainda tem um sentimento de responsabilidade, que se deve às questões culturais, de ser o provedor da família e passam mais tempo fora de casa buscando o “sustento”. Apesar de todas as mudanças, os homens ainda se sentem no dever de prover a casa. Então, o que se vê hoje são pais aproveitando o tempo livre que tem para passear com o filho, brincar e acompanhá-los em atividades esportivas e escolares.

Percebo em minha prática clínica que há um desejo dos pais de estarem cada vez mais próximos dos seus filhos, muitos, inclusive, assumem a guarda total deles, planejam horários de trabalho e recusam empregos para se aproximar e passar mais tempo com as suas crianças.

Os pais de hoje estão mais sensíveis e amorosos, interagem mais e de maneira mais funcional com os filhos: elogiam, colaboram, criam uma relação afetiva, dividem sentimentos. Isto implica um grande impacto no desenvolvimento das crianças e no estabelecimento de um vínculo seguro e positivo não somente com as crianças, mas também na relação conjugal.

No consultório, percebo que apesar de os pais estarem mais envolvidos e engajados, alguns ainda se sentem inseguros e incapazes de corresponder às expectativas da esposa. Meu conselho, nesses casos é que fortaleça sua autoconfiança e não tenha medo de mostrar sua insegurança. Esses fatores são essenciais para se construir vínculos afetivos com mais qualidade.

As mães, por sua vez, devem dar abertura para que os pais participem mais efetivamente, objetivando a aquisição de repertório adequado na interação com a criança. Elogiar o companheiro e incentivar são duas boas estratégias para estimular o papai a se envolver e contribuir de maneira prazerosa e sem culpa, na transmissão de valores, afeto, respeito, disciplina e acima de tudo amor para seus filhos, pois considero que tanto papai quanto mamãe tem uma grande função comum, que é, talvez, a mais importante na criação de um filho: a de amar muito e transformar um pequenino ser num grande ser humano, transmitindo educação, valores e fazendo sua parte na evolução e desenvolvimento de uma pessoa que pode contribuir para um mundo cada vez melhor para se viver.

Lembre-se: nossos filhos são nosso espelho, e tudo o que fizermos, seja bom ou ruim, será um reflexo e servirá de modelo para eles.

Aproveito a oportunidade para desejar um FELIZ DIA DOS PAIS a todos os papais rio-verdenses, especialmente ao meu esposo Geraldo que é papai do meu príncipe Lauro (8 meses).

Por Kátia Beal – Especial para o Rio Verde Agora

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