Rede privada não possui mais leitos de UTI para casos suspeitos de covid-19 em Goiânia

Segundo presidente da Associação de Hospitais Privados, ainda há vagas para pacientes já confirmados da doença, embora os leitos disponíveis sejam poucos no momento


Em sete dias, a rede privada de hospitais de Goiânia se viu completamente modificada no quesito internação por covid-19 e casos suspeitos da doença. No dia 13 de maio, a Associação de Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) afirmou que 80% dos leitos de UTI estavam desocupados. Nesta quarta-feira (20), porém, os hospitais particulares da capital não possuíam mais nenhum leito disponível para pacientes suspeitos de infecção do novo coronavírus.

O presidente da Associação, Haikal Helou, explicou ao Mais Goiás que a rede privada possui, atualmente, três tipos de UTI. O primeiro tipo é destinado a pacientes usuais com casos de infarto e AVC, por exemplo. Para estes usuários, não há problemas e as unidades da capital ainda possuem vagas.

O segundo tipo de UTI tem como pacientes pessoas já diagnosticadas com a covid-19. De acordo com Haikal, para este tipo de atendimento ainda há vagas, embora sejam poucas. O problema maior refere-se às UTIs utilizadas para atender pacientes com suspeita da doença. Para tais casos, a rede privada não possui nenhuma vaga desde as 16h desta quarta (20).

Pico de covid-19 em Goiânia
Haikal afirma que, nos últimos dias, houve aumento progressivo de casos do novo coronavírus nos hospitais privados na capital. “Tivemos um aumento exponencial. A curva mais preocupante parece ter chegado em Goiânia. Queríamos evitar, mas infelizmente chegou”, disse.

De acordo com ele, nas últimas 4 semanas, a média de atendimento era de 50 pacientes suspeitos de infecção do coronavírus. Agora, porém, são cerca de 70 pessoas em busca de atendimento nas unidades privadas. Somente nas últimas 24h, foram registradas 3 mortes pela covid-19 em hospitais particulares.

“A rede privada possuía leitos suficientes para um período pré-pandêmico. Nossa preocupação era justamente essa de crescente dos casos. Está um pouco cedo para dizer que há um colapso, mas os sinais são ruins e as próximas 48h serão complicadas. Vamos torcer para o melhor”, afirmou.

Ainda segundo Haikal, o que os hospitais podem fazer no momento é aumentar a assistência dentro das possibilidades de cada unidade. “É um momento de dificuldade de aquisição de equipamentos. É difícil, inclusive, conseguir profissionais para suprir a demanda”, ressaltou ao dizer que 14 profissionais foram afastados em um único hospital com suspeita de covid-19.

Doação continua
Haikal disse, ainda, que a doação de equipamentos da Associação para o Hospital de Porangatu vai continuar. Na próxima sexta-feira (22), uma equipe da rede privada vai até a unidade de saúde para levantar as necessidades humanas e de equipamentos. A expectativa é que a doação ocorra já na próxima semana.

“A doação vai se manter porque é um compromisso que fizemos com a população. Nada vai mudar neste sentido”, frisou.

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