Produtores de cana se reúnem para palestra sobre o setor

“O momento é delicado, uma vez que os insumos estão altos e os preços efetivamente não cobrem os custos de oportunidade”


Goiás ocupa o segundo lugar no ranking de maior produtor de cana-de-açúcar do país, o segundo maior em produção de etanol e o quarto na produção de açúcar. Pensando nisso, a CNA, Faeg, Senar, Sindicato Rural de Rio Verde e APMP realizaram na manhã desta terça-feira, o terceiro dia de mercado de cana-de-açúcar, com o objetivo de levar informação aos produtores da região sobre mercado, custos de produção, produtividade e perspectivas para a próxima safra.

O primeiro palestrante foi João Rosa da Pecege, Esalq e Usp, que explanou sobre os custos de produção. De acordo com o palestrante, o momento agora é apertado, uma vez que o custo total de produção está estimado em R$ 100,00 por tonelada, por esta questão, o produtor rural deve ficar atento pois acaba não percebendo o que está saindo do bolso e onera a atividade. “O produtor confunde fluxo de caixa, com custo de produção. O momento é delicado, uma vez que os insumos estão altos e os preços efetivamente não cobrem os custos de oportunidade”.

Ele explicou ainda que o aumento de preços vem acontecendo naturalmente há alguns anos, por isso a importância de procurar maiores produtividades com menores custos, uma dica seria investir na gestão. “A gestão da propriedade tem melhorado muito, principalmente agora com a sucessão familiar. Minha dica é que se invista em controle de fluxo de caixa, nem que seja em forma de estimativa, inicie com anotações em papel, depois evolua para planilhas no excel e se você já possuir tudo isso, pense na adoção de um sistema que irá melhorar a gestão da propriedade”, comenta Rosa.

João Figueiredo analista da Datagro fez um panorama de como está a safra no Brasil, como estão os preços do açúcar e falou sobre o sistema Renovabio do Governo Federal. Segundo Figueiredo, a estimativa é que o Brasil produza 26 milhões de cana-de-açúcar e 32 bilhões de litros de etanol, já em etanol de milho 1,3 bilhão.

Sobre o programa Renovabio, ele explicou que o objetivo é fornecer uma importante contribuição para o cumprimento dos compromissos determinados pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris; Promover a adequada expansão dos biocombustíveis na matriz energética, com ênfase na regularidade do abastecimento de combustíveis; e Assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis, induzindo ganhos de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis. “O principal instrumento do RenovaBio é o estabelecimen to de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país, além disso, será uma nova forma de receita para o produtor rural”.

O presidente da comissão de cana-de-açúcar da Faeg, Joaquim Sardinha afirmou também que o produtor de cana passa por uma fase conturbada de precificação, mas que o cenário mostra melhorias significativas. “Devemos investir mais e buscar produtividade mais eficiente, acredito muito em um controle mais rigoroso com o ambiente de produção, acertar as variedades, acertar os manejos para se ter longevidade, talvez um condomínio de produtores seja uma opção, pois em conjunto consegue-se diminuir custos”. 
 
O vice-presidente do Sindicato Rural, Ênio Fernandes foi quem conduziu o evento. 

Ascom SRRV

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