Preço do aluguel dispara em Rio Verde

Aumento é de 30% em relação a 2010


Quem mora de aluguel em nossa cidade tem estado de cabelo em pé. Não bastasse o aluguel naturalmente caro em relação a cidades da região, o aumento anual dos preços de aluguel em Rio Verde fizeram os inquilinos ter uma surpresa desagradável: “Devido a Rio Verde ser uma cidade movida pelo agronegócio, o aumento nos preços da saca de soja e milho e da arroba do boi gordo, aliada ao aumento no Índice Geral de Preços (IGP-M) de 6,50 % para 11,32% em 2011, apontada como a maior taxa desde 2004 (12,41%), determinou a elevação nos preços dos aluguéis em 30%”, afirmou o vice-presidente do Conselho Regional dos Corretores de imóveis de Goiás (Creci-GO), Rafael Nascimento. Ainda segundo Rafael, o preço do aluguel, da construção por metro quadrado, bem como a demanda de imóveis em Rio Verde sofreu um aumento considerável de 2010 para 2011.

O vice-presidente do Creci-GO salientou que a procura por imóveis de dois quartos é muito grande no município, e que a variação de preços de uma mesma construção em um bairro valorizado e em outro não pode chegar a 30%. “Bairros como Buritis, Solar do Agreste, Setor Campestre, Morada do Sol e Vila Carolina, são alguns dos mais procurados da cidade, uma casa no Buritis e outra no Canaã idêntica, só com a mudança “bairro para bairro” você consegue pagar 30% a menos tanto na venda como no aluguel”, destacou.

De acordo com Elicia Alves, que trabalha no departamento de aluguel da Imobiliária Rei, o preço do aluguel subiu conforme a demanda que é muito grande na cidade. “Várias pessoas nos procuram em busca de todos os tipos de imóveis, em todos os bairros, a maioria são migrantes vindos do sul e sudeste. Os proprietários sabendo a demanda acabam aumentando os preços e o povo que procura se vê obrigado a alugar no preço exigido pelos donos”, disse Elicia.

A doutoranda em economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Priscila Santos, diz que estudos mostram que os aluguéis tiveram um aumento maior do que a inflação, na maioria das cidades brasileiras. “A diferença entre a inflação e o aumento médio do aluguel se deve à diminuição da oferta de imóveis disponíveis para locação, em função do aumento de famílias que compraram seus imóveis através do programa habitacional ‘Minha Casa, Minha Vida’, lançado em abril de 2009 pelo Governo Federal”.

Priscila ressalta que mesmo com cortes de gastos públicos de R$ 50 bilhões em 2011, anunciados recentemente pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, que acarretará em uma redução da atividade econômica, não existe uma expectativa de desaceleração significativa no mercado imobiliário, já que a previsão é de continuidade do programa habitacional e a manutenção dos empregos em um nível razoável. “Entretanto, com o anúncio desses cortes orçamentários, a expectativa é que os índices de inflação sejam menores ao longo do ano de 2011. Com índices de inflação mais baixos, automaticamente os reajustes dos preços dos aluguéis, pautados pela inflação, serão menores”, declarou a economista.

Para Nascimento a solução para baixar os preços dos imóveis em Rio Verde é a implantação de uma linha de concorrência e construção de mais casas para diminuir a demanda. “Na hora que começarem a construir as casas demandadas, como de dois quartos, e houver a implantação da concorrência, diminuindo preços para vender mais e obrigando concorrentes a baixar o preço, os aluguéis se tornarão mais acessíveis. Hoje a tendência é que os valores aumentem, posteriormente se mantenham, aconteça uma queda e a estabilização venha depois do fim da safra”, garante o vice-presidente.

Por Jéssica Souto
Especial ara o Rio Verde Agora


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