Pesquisa ADIAL apontou insatisfação dos goianos com a carga tributária

A redução do preço da gasolina em 42% sobre o valor cobrado na bomba, que representa o montante de impostos embutidos no combustível, traduz um sentimento que foi detectado pela pesquisa Fortiori/Adial sobre a economia do Estado, divulgada neste mês: pagamos muitos impostos e os recursos são mal empregados pelo setor público


As filas quilométricas de motoristas querendo abastecer a R$ 2,82 o litro da gasolina (contra os R$ 4,87 cobrados em média na cidade) em alguns postos de combustíveis de Goiânia e a reclamação generalizada da população por causa dos altos tributos cobrados em praticamente todos produtos e serviços chamaram atenção dos goianienses nesta quinta-feira (30), data em que está sendo promovido o 13º Dia do Imposto Livre, ação da Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem de Goiânia (CDL Jovem) e do Sindiposto de Goiás.

A redução do preço da gasolina em 42% sobre o valor cobrado na bomba, que representa o montante de impostos embutidos no combustível, traduz um sentimento que foi detectado pela pesquisa Fortiori/Adial sobre a economia do Estado, divulgada neste mês: pagamos muitos impostos e os recursos são mal empregados pelo setor público. Na pesquisa qualitativa, em que são formados grupos focais para discutir os temas colocados, a reclamação pela alta carga tributária foi praticamente unânime, e também foi apontada como fator decisivo para a dificuldade de se empreender no País e fazer a economia avançar. 

O levantamento qualitativo ouviu em abril dezenas de pessoas em Goiânia, Catalão, Aparecida e Rio Verde, no qual prevaleceu a ideia de que o governo deve investir em mecanismos de incentivo para atrair novos investimentos para o Estado. Segundo os entrevistados, o problema é que os governos, via de regra, gastam muito e gastam mal. “Se cortar incentivos, vai gerar desemprego e não vai resolver nada. O Estado já tem arrecadação suficiente. O problema não são os incentivos, é a má gestão dos recursos públicos”, reclamou um dos entrevistados de Goiânia (os nomes não podem ser revelados devido a um contrato de confidencialidade, que é praxe neste tipo de pesquisa).

A pesquisa conclui que, na opinião dos goianos, cabe ao próprio Estado resolver seus problemas financeiros, sem pesar ainda mais no bolso do cidadão e na carga do setor produtivo. “Melhor diminuir os cabides de emprego no governo, e não nas empresas. Não concordo que o Estado esteja quebrado e muito menos que seja culpa das empresas”, afirmou uma mulher que participou dos grupos de discussão em Rio Verde. “Se o Estado está quebrado, tem que tirar do próprio governo, que é inchado, e não das empresas que geram empregos”, disse outra mulher, em Catalão.

A pesquisa quantitativa estimulada realizada pelo Instituto Fortiori também mostrou que 94% dos goianos concordam com políticas de redução de tributo para atrair novas indústrias para Goiás, sendo que deste montante, 76,6% concordam totalmente com a afirmação de que os incentivos são fundamentais para gerar mais desenvolvimento econômico e 18,2% concordam em parte. Somente 4,6% discordaram. 

Quando a afirmação colocada foi a de que a política de incentivos seria um equívoco, porque privilegiariam somente as indústrias e prejudicaria o Estado com a perda de arrecadação, apenas 10,7% dos entrevistados concordarem totalmente e 38,3% concordaram em parte, sendo que 34,% rejeitaram completamente a colocação e 13,7% discordaram em parte. 

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