Mesmo após reabertura do comércio, consumo caiu em Rio Verde

Venda caiu à metade mesmo nos municípios onde já ocorreu flexibilização mais ampla, segundo estimativa da Fecomércio-GO


O comércio de itens não essenciais – o que exclui farmácias e supermercados – tem enfrentado em Goiás faturamento abaixo do esperado nas cidades onde já foi possível reabrir. O medo causado pela pandemia de coronavírus e a queda da renda são motivos apontados como justificativa para o fraco desempenho das vendas. 

Ainda não há pesquisas sobre o recuo do consumo, mas a Federação do Comércio em Goiás (Fecomércio-GO) estima que as vendas caíram pela metade no Estado. O presidente da entidade, Marcelo Baiocchi, explica que a expectativa está entre 50% e 60% do que era vendido antes da crise desencadeada pela Covid-19. 

Segundo ele, nem o e-commerce tem aliviado a situação, já que maior parte do setor é formada por pequenos empresários, que não utilizavam anteriormente plataformas online para vendas ou têm dificuldade para ampliar oferta, pois “se baseiam muito no cliente com a porta aberta”. 

A situação não está diferente para o setor de serviços. Os salões de beleza, que tiveram a reabertura permitida pelo decreto estadual de 20 de abril – que trouxe flexibilização –, registram cerca de 30% do fluxo anterior. Isso conforme informa o presidente do Sindicato dos Proprietários de Barbearias, Institutos de Beleza e Afins de Goiás (Sindibeleza-GO), Marcelino Vitor Lucena. 

“O problema é que a população ainda não se acostumou e está com medo. O movimento está muito aquém”, pontua. No Aparecida Shopping, ontem foi o primeiro dia de retorno depois de mais de dois meses de portas fechadas. O resultado, segundo o coordenador de marketing, Lúcio Felipe Ribeiro, foi de fluxo tranquilo. “Já não estávamos com alta expectativa, porque entendemos que o primeiro momento é de conscientização”, explica ao defender que o retorno do consumo é gradual. 

Para os segmentos que retornaram às atividades, há regras como uso de máscara e álcool em gel, distanciamento entre clientes e limpeza reforçada para prevenção. Porém, desde o decreto estadual de flexibilização, que permitiu reabertura do comércio nas cidades goianas no fim de abril, o número de casos da Covid-19 aumentou mais de 12 vezes. Saltou de 403 casos para 5.023, segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde divulgado ontem. 

Uma alta que tem feito até as prefeituras goianas reverem as aberturas ou endurecerem regras. Em Aparecida de Goiânia, começa nesta segunda-feira (08) um escalonamento regional, em que duas regiões por dia vão ter de fechar o comércio. Enquanto isso, em Cachoeira Alta, no Sudoeste do Estado, haverá lockdown nos próximos dois finais de semana. Rio Verde também deve limitar horários de funcionamento. 

Enquanto isso, não há mais uma estimativa de quando haverá reabertura dos segmentos não essenciais em Goiânia, o que contraria expectativa dos empresários da capital. “A nossa sensação é de que falta um planejamento. A gente fica como num tiroteio no escuro”, diz o presidente da Fecomércio. 

“Temos nos preocupado nos últimos dias com o número aumentando de casos nas cidades no interior. Por outro lado, também preocupa ter pessoas com lojas fechadas em Goiânia por quase 90 dias e uma retomada difícil mesmo com normas de segurança”, completa o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), Valdir Ribeiro.

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