Impasse sobre frete paralisa comercialização e escoamento dos grãos

Nos últimos 30 dias, região não registrou novos negócios e nem escoamento da soja. Andamento da colheita do milho safrinha deve agravar cenário


Na região de Rio Verde (GO), os produtores rurais iniciaram a colheita do milho safrinha com perspectiva de queda nos rendimentos e de olho na comercialização. Até o momento, as primeiras áreas deverão apresentar bons resultados, já que o clima foi mais favorável. Normalmente, o rendimento médio gira em torno de 100 a 105 sacas do grão por hectare na localidade.

"Mas sabemos que o plantio foi estendido para o mês de março e os produtores reduziram o uso de tecnologia. Então, precisamos acompanhar para ver qual realmente será a nossa produtividade média nesta temporada", destaca o diretor da Aprosoja Goiás, Adriano Antônio Barzotto.

A liderança ainda pondera que nesse momento o clima mais frio tem dificultado a secagem das lavouras. "E temos um grande déficit de secadores e armazéns na região. A perspectiva é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo nos próximos dias", relata o diretor da entidade.

Comercialização
O diretor da Aprosoja Goiás, ainda reforça que nos últimos 30 dias não houveram novos negócios, nem a retirada da soja da safra de verão, já negociada na região. Cenário decorrente das incertezas relacionadas ao tabelamento do frete.

"Não acompanhamos a retirada da soja para os portos e as indústrias, isso irá acarretar em um problema logístico na colheita do milho safrinha. Uma vez que, muitos produtores irão querer transportar soja e milho ao mesmo tempo e não temos capacidade para isso", explica a liderança.

Por enquanto, os produtores estão iniciando a colheita da segunda safra de milho na região e as primeiras áreas são para o consumo próprio ou cumprimento de contratos feitos mais cedo. "Não há problemas logísticos até o momento, mas a partir do início de julho iremos acompanhar filas nos armazéns e a logística será um gargalo na região, pois não retiramos a soja. Quebrou-se o ciclo de transporte de commodities na nossa região e no Brasil", afirma Barzotto.

Embora os produtores já estejam gastando mais para levar o milho até os armazéns em Rio Verde (GO). Isso porque, as negociações entre agricultores e transportadores têm sido balizadas pela nova tabela de preço mínimo de frete reportada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Em torno de 50% da safrinha de milho ainda precisa ser negociada na localidade.

"E diante da recente oscilação do dólar, nós perdemos um bom momento de comercialização do milho. Tivemos algumas negociações pontuais e recentes com valores entre R$ 29,00 a R$ 30,00 a saca do cereal. E, todo esse cenário irá impactar na margem de lucros final do ano agrícola. O produtor deve estar atento para que não tenha prejuízos", diz o diretor da Aprosoja GO.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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