Estação de pesquisa em Montividiu faz “crash test” de soja e milho

No local são testadas a resistência e a eficiência de variedades de grãos mais bem adaptadas ao clima e solo da região"


A impressão que se tem ao chegar à Fazenda Bom Jardim, em Montividiu, região sudoeste de Goiás, é de quem está entrando num campo de provas, um tipo de laboratório a céu aberto. Funcionários paramentados e tratores equipados com sensores não deixam dúvidas de que ali se faz um tipo de ‘crash test’ que o foco não são automóveis, mas sementes e variedades de soja e milho. Localizada a 900 metros de altitude, a estação de pesquisa agrícola possui solos férteis, onde são experimentados também agroquímicos para o controle de ervas e pragas.

Ali são feitas pesquisas comparativas entre cultivares semelhantes, para testar quais têm rendimento melhor em cada tipo de solo e clima. ‘Dá para ver diferenças de produtividade grandes. Na safra passada, testamos uma semente híbrida de milho que deu 22 sacas/ha a mais do que outro híbrido que já é comercializado’ revela Deucimar Lima, engenheiro agrônomo responsável pelas pesquisas em campo, que funcionam em parceria com multinacionais. 

Lima explica que os testes são feitos conforme a demanda das empresas contratantes. Entre as pesquisas em andamento estão, por exemplo, formas de controle da cigarrinha do milho e da mosca branca do feijão. Outro experimento é para verificar a tecnologia de sementes resistentes à lagarta da soja. ‘Esses produtos agregam uma tecnologia que permite uma produtividade maior em uma área menor, diminuindo o custo para o produtor’  pontua.

No total, a propriedade possui 100 hectares onde são cultivados soja na primeira safra e milho na safrinha. Apenas 10% da área estão reservados para as pesquisas, devidamente assinaladas por bandeirolas que identificam os campos e os tipos de testes conduzidos ali. ‘O mais importante é gerar tecnologias e materiais que auxiliem o produtor. Por exemplo, testamos aqui uma soja argentina que dá produtividade de mais de 70 sacas/ha. Para eu saber o que vou recomendar, preciso conhecer e testar esses materiais’, diz o produtor rural e engenheiro agrô Irumuara Interaminense Uliana, proprietárioda Fazenda Bom Jardim.

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