Enel é mais uma vez considerada a pior companhia de energia elétrica do país

Em 2018, goianos ficaram 26 horas, em média, sem energia. Empresa alega que tem feito investimentos e melhorado a serviço


Responsável pela distribuição de energia em Goiás, a Enel foi considerada pela Agência Nacional de Energia Elétrica a empresa do setor com pior desempenho do país pela segunda vez consecutiva, ficando com o 30º lugar no ranking. No ano passado, os consumidores ficaram, em média, 26,61 horas sem energia em Goiás.

A companhia defende que tem melhorado o serviço desde que assumiu, em 2017. A Enel afirma que, desde então, já investiu mais de R$ 1,5 bilhão e que segue "comprometida com a melhoria constante da qualidade do fornecimento de energia", por meio da modernização e automação da rede (veja a nota na íntegra ao fim do texto).

Nos últimos cinco anos, desde quando a Celg era a responsável pelo serviço, o fornecimento de energia no estado está entre os piores do país. O ranking de 2018 foi divulgado no último dia 15.

Gerente de um supermercado, Raquel Ferreira Carneiro relata que no último final de semana ficou quase 24 horas sem energia. 

Ao longo de 2018, foram registradas 8.235 reclamações sobre a Enel na Aneel. “Já queimou duas TVs, um computador e, desta vez, o nobreak que protegia a TV. Agora deve ser a TV que vai queimar de novo”, reclama a aposentada Maria de Lourdes Resende. 

Secretário de Desenvolvimento Econômico de Goiás, Adriano Rocha afirma que o governo analisou o plano de melhorias apresentado pela Enel. Ele cobra que, além das medidas de longo prazo, ocorram intervenções imediatas. Assim, o governo apresentou para a Aneel um plano emergencial alternativo para agilizar a melhoria do serviço.

“Isso tem afetado diretamente o desenvolvimento de Goiás. Empresas que precisam aumentar a sua produção não conseguem, afetando a arrecadação do Estado, a geração de empregos”, pontua o secretário.

O outro lado
"A Enel Distribuição Goiás esclarece que tem alcançado melhorias em seus indicadores de qualidade, medidos pela Aneel, desde que o Grupo Enel assumiu o controle da distribuidora de energia, em fevereiro de 2017. A duração média das interrupções do fornecimento de energia (DEC), por exemplo, foi reduzida em cerca de 6 horas em dezembro de 2018, em relação a dezembro de 2017 - a melhor duração desde dezembro de 2011. Com relação à frequência média de interrupções (FEC), o número alcançado em 2018 é o melhor da história da companhia.
A distribuidora acrescenta ainda que, dos 148 conjuntos elétricos de sua área de concessão, 101 já apresentaram melhoras no DEC e representam 73% do total de clientes atendidos pela empresa em todo o Estado. Além disso, considerando o Desempenho Global de Continuidade apresentado no ranking de 2018, o resultado é o melhor dos últimos 5 anos, o que significa que a Enel Distribuição Goiás está mais próxima do limite ideal estabelecido pela Aneel.
Em 2017 e 2018, a Enel Distribuição Goiás investiu mais de R$ 1,5 bilhão, volume de recursos que representa bem mais do que o dobro dos cerca de R$ 600 milhões que a antiga CELG D investiu em 2015 e 2016, antes da privatização. Além disso, a distribuidora apresentou em fevereiro deste ano para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e para o Governo do Estado de Goiás um plano de melhorias para acelerar as iniciativas com foco na qualidade do fornecimento. Os investimentos realizados recentemente e as novas medidas previstas no plano apresentado às autoridades trarão impactos positivos nos indicadores de qualidade da empresa, melhorando também sua performance no ranking de continuidade da Aneel nos próximos anos. A Enel acrescenta que segue comprometida com a melhoria constante da qualidade do fornecimento de energia em sua área de concessão, por meio da modernização e automação da rede.

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