Comigo considera que não vale mais a pena investir em Goiás

Antônio Chavaglia disse que só vai cumprir projetos já em andamento e não planeja fazer novos investimentos no Estado


Em entrevista ao portal Empreender em Goiás, o presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antônio Chavaglia, disse que só vai cumprir projetos já em andamento e não planeja fazer novos investimentos em Goiás. Segundo ele, no momento, não vale a pena investir no Estado.

O presidente avalia que as últimas medidas tomadas pelos governos estadual e federal deixaram o setor apreensivo. Quanto às medidas, ele menciona a redução dos incentivos fiscais nos programas Fomentar e Produzir, fixação da tabela de preços de fretes e aumentos dos custos de produção em 30%, enquanto os preços da soja e do milho estão estabilizados, em baixa.

Chavaglia afirma que só irá planejar novas ações quando os governos sinalizarem maior estabilidade na Economia. E, inclusive, considera deixar de construir novas fábricas e exportar apenas grãos in natura. Isso dependendo do que for acordado na reforma tributária federal e das decisões dos incentivos fiscais em Goiás.

Crise
Ainda assim, o presidente informa que, devido às medidas já tomadas, será difícil fechar as contas com saldo positivo neste ano. Para ele, o Estado deveria focar, sim, na cobrança de devedores de impostos e tributos, “que estão acomodados à espera de anistias fiscais”, e não penalizar empresas que produzem, geram empregos e cumprem suas obrigações.

No fim de 2018, a gestão de Ronaldo Caiado (DEM), na época governador eleito, articulou a aprovação da convalidação dos incentivos fiscais com redução em 14 setores da indústria, o que já deixou empresários preocupados. Após a posse, o governador sinalizou o anseio de aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que exige cortes em benefícios fiscais e a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, sempre deixou claro que uma maior redução é visada pelo Governo de Goiás.

Antes do recesso parlamentar, a Assembleia Legislativa de Goiás aprovou uma autorização para que o Estado tente entrar no RRF. Com isso, no próximo semestre pode chegar à Casa um novo projeto de redução de incentivos. Com isso, o presidente da Comigo se vê obrigado a recuar. Segundo ele, a cooperativa vai investir R$ 350 milhões nos próximos 12 meses em novos armazéns para grãos, fábricas de rações e novas lojas de produtos nos municípios onde atua, o que corresponde a apenas projetos em andamento.

A Comigo é uma das cinco maiores do País no ramo da agropecuária. No ano passado teve faturamento de R$ 4,4 bilhões, conta com 7,5 mil cooperados e quase 4 mil trabalhadores diretos e indiretos. Criada há 44 anos, tem sede em Rio Verde e filial em 15 municípios do Estado.

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