Caldas Novas sofre com parques e hotéis fechados há dois meses

Representante do setor diz que o turismo em Caldas Novas e Rio Quente responde por 50% de todo o faturamento estadual na área. As duas cidades arrecadam R$ 1,5 bilhão por ano e empregam 18 mil pessoas


O setor do turismo na região das Águas Quentes, que engloba as cidades de Caldas Novas e Rio Quente, no sul de Goiás, elaborou um plano com regras próprias de prevenção ao coronavírus para pedir a retomada das atividades nos hotéis e clubes aquáticos, que estão fechados há dois meses depois de um decreto estadual proibir a abertura de comércios que provoquem aglomeração de pessoas.

O documento foi entregue a representantes da Secretaria Estadual de Saúde numa reunião realizada nesta terça-feira (26) com a Associação Regional das Águas Quentes (Aqua). O presidente da entidade, Marcelo Palmerston, diz que espera o setor público analisar as propostas.

Segundo dados divulgados pela Aqua, as cidades de Caldas Novas e Rio Quente respondem por 50% de todo o faturamento estadual com turismo. A receita advinda dos hotéis e parques aquáticos da região chega a R$ 1,5 bilhão por ano e emprega 18 mil pessoas. A associação estima a perda de faturamento na ordem de R$ 200 milhões durante os meses fechados.

"A gente não pode ter o preconceito de que todo turista vai vir infectado pelo coronavírus. A cada 2 mil pessoas, pode ser que uma esteja infectada, segundo levantamentos. Diante desses dados e com as premissas que queremos adotar, pedimos a reabertura das atividades. Os hotéis e parques estão completamente fechados desde 20 de março", explicou Palmerston.

O protocolo assinado pela Aqua e pelo Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes divide as medidas em distanciamento, higienização pessoal e de ambientes, monitoramento de áreas comuns e mudanças no funcionamento de apresentações e entretenimento aos turistas, geralmente, são shows artísticos realizados dentro dos hotéis e clubes.

Palmerston avalia que a reabertura autorizada pela prefeitura de Caldas Novas de parte dos comércios locais não sobrevive sem o fluxo do turismo. "Tem muitos restaurantes e bares que não reabriram, mesmo com autorização, porque 80% do seu público é de turistas", comenta.

Um protocolo se prevenção considerado importante pela associação é a aferição da temperatura corporal em todos os turistas nos meios de hospedagem e clubes aquáticos, restringindo a entrada de pessoa com temperatura superior a 37,8º. O uso de máscaras de proteção facial foi colocado como obrigatório em todos os ambientes.

Veja as propostas da associação para reabrir o turismo:

Piscinas:
    • Garantir que as piscinas convencionas usem utilizem sistemas químicos adequados de higienização e tratamento das águas termais ou não termais.
    • Orientar os clientes quanto a ocupação de cada piscina, que deve respeitar o distanciamento social mínimo indicado de 1,5 metro entre as pessoas.
    • Garantir um nível de cloro igual ou superior a 0,8 a 3 mg/litro e PH entre 7,2 a 7,8 em cada piscina. O monitoramento deverá ser realizado a cada 4 horas.
    • Locais onde não é possível evitar a aglomeração de pessoas continuariam fechados, conforme o documento, como banheiras, brinquedotecas, cinemas, saunas e sala de jogos. 

Lazer e entretenimento
    • Academias serão abertas após agendamento de utilização, respeitando o limite de 30% da sua ocupação total;
    • Realização de apresentações teatrais ou musicais devem acontecer em ambientes abertos, respeitando o distanciamento de 1,5 metro entre os participantes
    • Possuir dispositivo de controle em tempo real do público interno dos parques de forma a cumprir a redução de 50% da ocupação permitida.

Higienização
    • Todos os equipamentos de cartão de pagamento serão aplicados película de fácil higienização após cada uso;
    • Desativação dos bebedouros de água potável, por ser equipamento de contato pessoal direto sempre que utilizado pelo cliente;
    • Higienização dos banheiros de área comum a cada duas horas independente do seu estado ou utilização
    • Redução imediata de circulação dos visitantes de no mínimo 50% permitido pelo alvará, levando em consideração o afastamento médio de 1,5 metro entre outras pessoas ou famílias que viajarem juntas.

G1

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