Com MBA e especialização nos EUA, Rivânio Medeiros ficou 3 anos sem trabalho, até decidir pedir emprego em semáforo de Ribeirão Preto (SP). Hoje, ele atua na construção de condomínio

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O engenheiro civil Rivânio Medeiros pega firme no trabalho logo cedo. Aos 58 anos, essa é a primeira oportunidade dele depois de passar três anos desempregado. O trabalho foi conquistado após 44 dias sob o sol forte de Ribeirão Preto (SP), distribuindo currículos em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade.

Com MBA pela Fundação Getúlio Vargas e especialização nos Estados Unidos, o engenheiro é agora gerente de projetos de uma construtora e divide o tempo entre a construção de um condomínio em Rio Verde (GO) e os dias de folga com a família em Ribeirão. Os planos para as primeiras férias depois de tanto tempo desempregado já estão traçados.

"Eu e minha família pretendemos passar duas semanas visitando a Itália. Este ano quero estar bem comigo, me reenergizar nesta viagem e manter esse fluxo de pensamentos positivos, porque acredito que a nossa força está na mente e no coração”, afirma.

Depois de tanto tempo parado, Medeiros diz que está conseguindo colocar a vida e as contas em ordem e, entre os principais planos para 2019, também pretende se dedicar integralmente ao trabalho e transmitir todo o conhecimento que adiquiriu ao longo da carreira para os colegas e outros profissionais iniciantes.

“Ao longo desses três anos foram muitas restrições. Agora, estou com uma nova perspectiva e tenho certeza de que será um ano de grandes expectativas e projetos. Quero dar o máximo de mim, fazer alguns cursos de aprimoramento e transmitir os meus conhecimentos para outras pessoas, ensinar de alguma forma e ajudar a quem já me apoiou muito”, diz.

De volta à rotina de cumprir expediente, Rivânio é responsável pela gestão da obra de um empreendimento de alto padrão no interior do estado de Goiás. O engenheiro fica dividido entre as cidades de Rio Verde (GO) e Ribeirão Preto, onde vive com a família.

“Trabalho dentro do meu segmento, estamos implementando um condomínio. Passo de 10 a 12 dias na obra e depois volto para ficar um pouco com a minha família e também para reuniões no escritório, já que a construtora fica em Ribeirão”, explica.

O profissional conta que depois de 44 dias entregando currículos em um semáforo entre as avenidas Portugal e Nove de Julho, recebeu a primeira ligação. Uma motorista repassou o documento a uma amiga, proprietária de uma construtora.

“Essa amiga da minha chefe contou sobre a minha situação para ela. Então, foi feito o contato comigo e deu tudo certo, fui chamado e estou trabalhando”, disse o engenheiro, que depois ainda recebeu outras três propostas de emprego, mas assumiu o compromisso com a primeira empresa.

“Ao longo desses anos sem trabalho, foram diversas vagas nas quais eu me candidatei, mas nenhuma deu certo. Então surgiu a estratégia de ir para a rua e me apresentar pessoalmente. E então surgiu essa oportunidade”, lembra.

Natural de João Pessoa (PB), Rivânio está com a família há oito anos em Ribeirão Preto. Após ser demitido do emprego, o engenheiro diz ter enviado cerca de 2 mil currículos, mas poucos foram os retornos para processos seletivos.

Foi então que decidiu deixar o preenchimento de cadastros on-line e ir às ruas em busca de uma chance. Quando foi contratado para a vaga atual, Medeiros fez questão de voltar ao cruzamento onde distribuiu mais de 60 currículos por dia, para agradecer aos ribeirão-pretanos pelo apoio.

“Eu fiz um cartaz, porque queria dar um retorno para as pessoas que viveram isso comigo. Todos que passavam naquele momento buzinavam ou paravam para me abraçar. Este local está no meu coração. Quando passo por ali, tomo um café no posto da esquina e converso com pessoal. A gente só troca energia boa”, conta.

G1